07/06/2025
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A Administração é Ciência/Arte

  • janeiro 21, 2025
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Administrar entre outras coisas, significa, organizar por tipos e funções os componentes estruturais e funcionais de uma empresa.

A Administração é Ciência/Arte

“Não foi o direito, a sociologia ou a economia que mais contribuiu para a cooperação humana, mas sim a administração”

Por que a cooperação molda o destino das nações? Ao longo da história, a capacidade humana de cooperar em grande escala definiu o progresso das civilizações. Desde tribos nômades até impérios globais, a chave para a sobrevivência sempre foi a organização eficiente de pessoas em torno de objetivos comuns.

“Contrariando expectativas, não foi o direito, a sociologia ou a economia que mais contribuiu para a cooperação humana, mas sim a administração”. De pequenas oficinas a conglomerados internacionais, a arte de gerir pessoas e recursos permitiu que sociedades prosperassem. Por mais de dois milênios, o número médio de trabalhadores em uma fábrica de arados era de apenas 10 pessoas. Somente em 1820 esse número subiu para 100, e até 1950, chegou a 500. Hoje, empresas globais contam com até 2,3 milhões de funcionários, unidos por um propósito comum.

Esse avanço foi possível graças à administração profissional, que transformou pessoas desconhecidas em equipes produtivas. Esse modelo rompeu com o antigo formato de empresas familiares, baseadas em vínculos pessoais e laços de sangue.

Apesar disso, a importância da administração ainda é subestimada. Economistas seguem exaltando a “mão invisível” de Adam Smith, ignorando a “mão visível” do administrador — conceito central no clássico “The Visible Hand”, de Alfred Chandler. Infelizmente, essa obra nunca foi traduzida para o português, limitando seu impacto no Brasil.

A Administração é Ciência/Arte
Fluxo introdutório-básico para entender Administração. (Imgs. Web)

Em *Sapiens – Uma Breve História da Humanidade, Yuval Harari * argumenta que a capacidade de cooperação em grande escala é uma das principais razões para o sucesso da espécie humana. Ele atribui essa capacidade a estruturas sociais, narrativas compartilhadas e sistemas de crenças, como religiões, mitos e instituições políticas.

Históricos e Desacertos

No Brasil, essa ausência de valorização histórica resultou em políticas econômicas mal implementadas. Em 1945, durante o governo de Getúlio Vargas, escolas de administração foram desativadas, privando o país de uma formação sólida nessa área.

Como consequência, a economia nacional foi moldada por pequenas empresas familiares, nas quais a gestão formal nunca foi uma prioridade. Isso impediu a formação de grandes corporações brasileiras competitivas no mercado global.

O Brasil não é o país da cooperação em larga escala, mas sim do cada um por si. Enquanto o direito definiu regras sociais e a engenharia facilitou a interação entre humanos e máquinas, a administração continua sendo negligenciada no Brasil. Assim, sem grandes multinacionais próprias, o país depende de commodities como soja e minério.

Portanto, apenas uma política econômica ancorada na administração pode corrigir esse curso. Uma economia de mercado eficiente precisa de gestores qualificados tanto quanto de liberdade econômica. O futuro do Brasil depende de um resgate da ciência da administração, como motor de empresas mais competitivas e uma sociedade mais cooperativa no cenário global”.

*[N.E.: o tema é abordado com razoável proximidade discussional no livro Conceitos Básicos de Filosofia e Política no Século XXI – deste editor.]

Stephen Kanitz – Mestre em Adm. por Harvard – Bacharel em Contabilidade pela USP.

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