A Festa do Lixo
- dezembro 22, 2023
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Santos, no litoral paulista tem uma face que precisa ser vista e revista. A cidade, como tantas outras do Brasil carecem de olhares atentos e ações concretas -
Santos, no litoral paulista tem uma face que precisa ser vista e revista. A cidade, como tantas outras do Brasil carecem de olhares atentos e ações concretas -
Redação
Santos, 22 de Dezembro de 2023
2,6 Minutos.
Um estudo sério, realizado em duas etapas pelo IPT nos dá uma amostra bastante clara desta situação, particularmente, a da produção de resíduos sólidos na maior cidade do litoral paulista.
Verão e festas de fim de ano combinam no hemisfério Sul do planeta. O Brasil está localizado lá. Suas praias são as melhores, e as maiores – nosso litoral tem uns 8 mil quilômetros – do continente e atraem milhões, todos de pessoas os anos. De diversas partes do mundo. Quando elas vão embora, sempre deixam algo. Para o bem e para o mal.
Assim sendo, suponha, só suponha: uns 50 milhões de pessoas frequentem as praias do país neste período. Então, ainda em sua suposição, bem básica, faça as contas: em apenas um dia de permanência cada uma consome e consequentemente produz 1 Quilograma de lixo. Portanto, desde lixo orgânico, resto de comida, e as excreções humanas e o inorgânico: embalagens, papel, plástico, isopor, latas, borracha etc. Pois bem, 50 milhões vezes 1 quilo de lixo resultam em 50 milhões de quilos de lixo nas praias. Facilmente!
Continue o raciocínio simplista, mas objetivo, e pense que destas 50 milhões a metade, ou 25 milhões, passe mais de um dia na praia – feriadão, etc… E que o consumo e a produção do lixo se multiplique por 5 dias, somando o intervalo que separa os dois dias mais importantes do calendário cristão: Natal e Ano Novo. A nova conta pode chegar a 125 milhões de quilos de lixo.
Mas, também imagine que uma pessoa adulta produz muito mais do que 1 Kg (quilo) de lixo/dia. Uma família de 5 pessoas, ou um casal com um filho, um pessoa obesa e compulsiva… Estas são as variáveis.
Destes o que é reciclável, o que é biodegradável, pode, mas ainda não é, ‘totalmente’ retirado e reaproveitado pode sair desta conta.
Aliás, uma conta que não se fecha por si só, já que está ligado a outras cadeias produtivas da indústria humana.
Entretanto, e o que demora 400 anos, enfim o que se agrega e transforma o ambiente natural, e se converte em veneno, agride, polui, e portanto, é perigoso, e, às vezes, danoso e/ou letal ao ser humano, aos animais, às plantas?
Deste forma, vamos localizar as nossas ações em uma cidade litorânea, como a de Santos, em São Paulo.
A sua população fixa, fora de temporada é de aproximadamente 1 milhão e 800 mil pessoas. Um quilo por pessoa dá quase mais 2 milhões de quilos de lixo diários. Aí quando chega a temporada de férias, esta população flutuando joga mais pessoas, consumindo e produzindo mais lixo na cidade. Pode dobrar este número, sem medo!
Consumo e produção de lixo são relações proporcionais. Tudo vira lixo, ou como cantava Rita Lee, “tudo vira bosta“! Pode ser tudo largado/jogado no local onde se está ou transportado, em parte, para o local de onde se saiu e para onde se retorna. É básico. Não à toa cidade turísticas europeias estão proibindo ou limitando o número de pessoas que lá vão passar temporadas, férias. Às vezes, mesmo, um simples bate-e-volta está proibido.
Os gastos em saneamento, coleta, seleção, limpeza de áreas urbanas, contenções, pesquisa, análises, comunicação, educação, segurança saúde, e controle da mobilidade, enfim, à zeladoria, são somados e não há impostos que cubram os custos dos serviços públicos. O estudo apresentado pelo Instituto Paulista de Tecnologia nos leva a entender o combo que envolve a seriedade da questão. Principalmente se pudermos estendê-lo ao resto do litoral do estado, guardadas as suas evidentes diferenças, mas seguramente carentes de políticas públicas abrangentes e que considerem todo o país.
Para piorar a cidade de Santos tem um porto, simplesmente, o maior porto comercial da América do Sul. Mas, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santos, e das outras regiões Bahia, Pernambuco, Maranhão, Belém, tem grande importância para a economia do país.
Você pode acompanhar o evento neste link: conteudo.ipt.br/prgirs