América do Sul e UE
- janeiro 14, 2025
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Competir no mercado internacional é para gigantes. Brasil tem grande influência no MercoSul e mantem-se firme no comércio exterior com EUA, UE e China.
Competir no mercado internacional é para gigantes. Brasil tem grande influência no MercoSul e mantem-se firme no comércio exterior com EUA, UE e China.
Emanuel Pessoa
São Paulo, 14/01/2025
3 Minutos.
Após mais de duas décadas de negociação, o Acordo entre Mercosul e União Europeia avançou com um entendimento técnico. Entretanto, ainda depende de etapas importantes para sua assinatura e implementação. Porém, o Tratado já provoca reações intensas, com protestos e expectativas sobre os impactos econômicos, especialmente para os setores produtivos e para os consumidores.
Enquanto 1,5 mil agricultores protestam em Madri contra a “concorrência desleal” do Acordo Comercial que ameaça os produtores europeus com importações mais baratas do Mercosul, o governo brasileiro prevê um aumento de R$ 94,2 bilhões no comércio com a União Europeia. Estas variáveis implicam, além de um impacto de R$ 37 bilhões no PIB, o equivalente a 0,34% da economia nacional em 2044.
América do Sul e UE
Em meio às turbulências, é preciso analisar os possíveis impactos do acordo. A redução de tarifas de importação para mais de 90% dos produtos comprados pelo Brasil da União Europeia poderá beneficiar o consumidor brasileiro, especialmente no setor de alimentos e bebidas. Produtos como vinhos europeus, atualmente sujeitos a taxas superiores a 20%, e o azeite, por exemplo, tendem a chegar ao mercado com preços mais acessíveis, ampliando a oferta e impulsionando o consumo.
A concorrência com o mercado chinês, conhecido pelos preços baixos, também será um desafio. Se o acordo tornar os produtos europeus mais competitivos, o consumidor poderá acessar itens de maior qualidade a preços melhores. No entanto, produtos chineses mais baratos devem manter espaço no mercado, e a dependência de insumos industriais da China segue como obstáculo para uma maior substituição.
O barateamento de itens importados certamente influenciará as escolhas dos consumidores. A qualidade é um fator crucial para uma série de produtos. Espera-se que essa mudança no cenário de preços altere o comportamento de compra, com os consumidores tendo a oportunidade de avaliar também a qualidade. O impacto no mercado dependerá, ainda, do quão competitivos os preços dos importados serão e como isso afetará os diversos segmentos sociais frente às novas opções disponíveis.
Por fim, os consumidores brasileiros podem se preparar para as possíveis mudanças no mercado observando as tendências de preços e avaliando a relação custo-benefício. Além disso, os importadores poderão diversificar as fontes de compra, aproveitando a maior disponibilidade de fornecedores que surgirá com a redução do custo de aquisição de produtos importados.
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[N.E.: uma política industrial brasileira deve ser um dos fatores de equlíbrio, desde que seja implementada e, de fato, favoreça as industriai brasileiras, frente a enorme concorrência internacional. Além disso, vinho e azeite não são prioridades para 90% da popualção brasileira..]
Emanuel Pessoa .
Advogado especializado em Direito Empresarial, Mestre em Direito pela Harvard Law School.
Doutor em Direito Econômico pela USP e Professor da China Foreign Affairs University.