20/05/2025
Ciências Mulher

Autismo em Mulheres – Desafios

  • março 14, 2025
  • 0

Autismo é mais comum no sexo masculino. Talvez esteja aí razão das mulheres não serem diagnosticadas antes. Algum preconceito?

Autismo em Mulheres – Desafios

A Máscara Invisível: Autismo em Mulheres e os Desafios do Diagnóstico Tardio.

PATROCINÁVEL
Matheus Luis Castelan Trilico

O diagnóstico tardio de autismo em mulheres é uma realidade alarmante que afeta milhares de vidas. Portanto,s egundo o Dr. Matheus Trilico, neurologista referência em TEA e TDAH em adultos, essa situação é um desafio complexo e urgente. “Na minha prática clínica, observo mulheres chegando ao consultório após décadas de busca por respostas”, explica.

O Impacto do Diagnóstico Tardio

Um caso emblemático é o de M.A.L., paciente de 50 anos, divorciada e mãe. “M.A.L. descobriu estar no espectro durante o climatério, quando as dificuldades sensoriais e a desregulação do humor se intensificaram”, relata. “Ela passou por décadas de diagnósticos equivocados, depressão grave e três relacionamentos mal-sucedidos. Após o diagnóstico correto e tratamento adequado, a melhora foi significativa.”

Este caso ilustra uma realidade comum. “O diagnóstico tardio significa décadas de sofrimento inexplicado e tratamentos ineficazes”, enfatiza o médico. “Essas mulheres frequentemente relatam um senso de não pertencimento, sentindo-se ‘estranhas’. Entretanto, o diagnóstico correto traz uma sensação de ‘libertação’ e autoconhecimento de valor inestimável.”

Fenótipo Feminino e Camuflagem

O autismo em mulheres pode se apresentar de forma mais sutil. “Muitas desenvolvem estratégias sofisticadas de camuflagem, mascarando suas dificuldades sociais”, observa o Dr. Trilico. Essa habilidade de “mascaramento” muitas vezes leva a diagnósticos errôneos ou tardios, além de um desgaste emocional.

Desafios Regionais e Comorbidades – O acesso ao diagnóstico de TEA é desigual no Brasil. “Embora não existam estudos específicos, sabemos que o acesso à medicina e ao diagnóstico de TEA é mais difícil no norte e nordeste do país”, afirma o neurologista. Além disso, comorbidades como depressão e ansiedade, mais comuns em mulheres autistas, frequentemente obscurecem o diagnóstico do TEA.

Exemplos Inspiradores – Figuras públicas como Letícia Sabatella (atriz) diagnosticada aos 52 anos, Alexis Wineman, ex-participante do Miss América, e Greta Thunberg, ativista climática, ilustram a diversidade de experiências e realizações de mulheres autistas. Assim, eslas estão desafiando estereótipos e inspirando outras.

Em conclusão

Dr. Matheus Trilico enfatiza: “É crucial aumentar a conscientização sobre as diferenças na apresentação do autismo em mulheres. Precisamos urgentemente adaptar nossas abordagens diagnósticas para capturar toda a gama de expressões do autismo, independentemente do gênero.”

Portanto, no Mês da Mulher, é essencial trazer à tona conversas sobre saúde mental e neurodiversidade, garantindo que mais mulheres possam se reconhecer. Assim, buscar ajuda e viver com mais autonomia e compreensão. Entretanto, só poderemos garantir que mais mulheres recebam o apoio e as intervenções adequadas, transformando vidas e reduzindo décadas de sofrimento desnecessário, se isso ocorrer.

Dr. Matheus Luis Castelan Trilico – NeurologistaCRM 35805PR, RQE 24818

Para comentar role a página até o box Comentário.

Compartilhe: