18/05/2025
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BC x Brasil

  • junho 20, 2024
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Baixar as taxas de juros para movimentar a economia interna do país. Único modo de fazê-lo crescer, desenvolver parque industrial-alimentar interno, de forma sustentável.

BC x Brasil
O que é o Banco central? Para quem e com quem ele trabalha? O que ele deve ao governo, ao estado e a sociedade? Afinal, porque a luta contra o banco e quem realmente está sofrendo com a manutenção da alta de juros da tal Taxa Selic? O que está por trás de tudo isso?

Redação

São Paulo, 20/06/2024
X Minutos.

São vários os questionamentos a respeito do controle da economia e seu embate com a política.

De acordo com economistas vinculados ao rentismo, às especulações das bolsas de valores e aplicações em papéis – títulos com preços fixados na inflação ou ao sabor das transações em dólar ou outras moedas (criptos), as ações da atual direção do Banco Central (BC) estão corretas ao manter o juros no atual patamar. Ocorre que a presidência e todos estes diretores do BC vieram do mercado de capitais privados. 2 representantes do governo atual foram elevados à diretoria. Mas, o BC não é um órgão do estado e do governo?

Por outro lado, políticos ligados a atual gestão do governo federal estão críticos ao sistema por acreditarem (existem razões técnicas que os sustentam) que os juros cobrados por bancos em transações financeiras impedem a evolução da economia interna, já que inibem a tomada de empréstimos das pessoas, sejam físicas ou jurídicas.

Ou seja, quem tem dívidas tem uma pedra enorme sobre suas costas e não consegue quitá-las. Também empresas de pequeno e médio portes se pretendem fazer investimentos em equipamentos, contratar mão de obra ou investir em inovação, vêm a enorme montanha a sua frente, e as enormes dificuldades que representam.

Crescer era pra ser…

Como tornar-se empresário (se não já o for), sustentar uma empresa num país em que o fluxo de economia de consumo interno (onde ela está) não funciona ou vive travando periodicamente, a estagnação está esperando na esquina, e de que forma pode-se conseguir recursos financeiros para investimentos? O básico: sem poder de consumo as pessoas limitam-se ao essencial, comida, remédio, aluguel, luz, água, vestuário…

Este básico torna-se assim um limitador do crescimento econômico, da maior parte da população, seja ela trabalhadora até o médio empresário. Se há outras opções elas estarão restritas a um pequeno grupo de pessoas que têm recursos, dinheiro, propriedades, bens… Estes dificilmente são derrubados.

É para se vivar? Como?

A variedade de serviços, produtos, bens de consumo e suas ofertas em uma sociedade está dentro deste círculo dinâmico. Empresas produzem, pessoas consomem. Simples. Para uma empresa produzir ela precisa de investimentos diversos: matéria prima, empregos, capital de giro (dinheiro na mão para comprar o que precisa no curto prazo), pagar uma dívida, fechar um bom negócio, abrir uma frente…Embora, saibamos que exista uma máxima: empresário rico – empresa em dificuldades.

Deste modo, o empresário, o personagem que investe, desenvolve e compete no mercado, buscando eficiência, se vê de cara com o dilema: “Quem vai consumir meus produtos ou serviços?” Mais uma pedra enorme na montanha que se avoluma à sua frente! O salário mínimo não é suficiente para que as pessoas adquiram os produtos que o “mercado” oferece. Com o que ganham são obrigados a ficar no básico, com o consumo limitado ao essencial para sobreviver.

Em vez de a “Economia de mercado” real, movimentar os recursos sociais e fazer a roda do ‘desenvolvimento’ , do crescimento rodar para a frente, ela gira muito devagar ou para (do verbo parar, não da preposição) a produção de bens de consumo para. Além dos alimentos e do vestuário e de uns poucos outros produtos (eletroeletrônicos, celulares, computadores, games etc) quase nada se cria, evolui, avança.

Percepções e baixa reação

O empresário do setor produtivo percebe isso. Ele percebe também que os impostos sobre equipamentos e bens importados, ora variam pra cima, ora para baixo. Consequentemente, descobre que não dá para crescer porque, na média, os valores destes impostos permanecem altos.

Equipamentos de verdade, modernos, eficazes, dos que fazem a empresa evoluir, crescer, comprar mais matéria prima e, em função disso, contratar mais profissionais, custam caro demais. Ao mesmo tempo ele sente que o mercado diminui, por conta da pressão (começa nos jutos) que leva o consumidor a permanecer no básico. Cobrar taxa de importação para quinquilharias até US$50 não resolve. É bater no burro que puxa a carroça ladeira acima.

Para piorar o comerciante de alimentos alimenta a inflação porque tem de pagar suas dívidas, seu empréstimo no banco, e por conta disso, aumentou o preço do seus produtos. O mesmo ocorre com o produtor lá no campo que vê subirem os preços dos insumos, do combustível, do pneu de seu veículo de transporte de mercadorias, do fertilizante, e de todo o material que usa no dia-a-dia.

O ciclo é vicioso e ilusório

Obviamente, a sua produção cai. Vai pedir outro empréstimo? Já quitou o último? Apesar dos juros serem muito altos, ele conseguiu, mas só o fez porque inflacionou o valor do seus produtos. A medida também foi adotada pelo comerciante, dono do mercado cercado com dívidas dos empréstimos feitos aos bancos. Eles o levaram a iludir-se com palavras, siglas, propaganda e a conversa irreal do gerente expert.

Desatrelar do dólar e investir em produção industrial – gerar empregos e massa salarial – educar o consumo. (Img. Web)

Assim, o chicote bate nas costas do programador, do marqueteiro digital que quer vender seus códigos, snipets e soluções avançadas por um preço ultrainflacionado, já que ele é descolado, veste grifes e frequenta bares, restaurantes, e está redecorando seu ‘studio‘. Suas estratégias de marketing só atendem às suas demandas. Mais uma vez enganado o empresário deita-se e se agarra em sua prancha.

A onda só cresce e chega com força no consumidor que vê, num relance de inteligência, os impostos cobrados sobre cada produto consumido, além do imposto cobrado em folha de pagamento, sobre sua renda (que não é renda, é salário). “Olha o pequeno, médio empresário virou uma vaca!”

Inventaram outra: o Empreendedor. Senhor e escravo de si mesmo servindo os outros patrões

Sua vida está um inferno. Bota a mulher para trabalhar fora, e isso significa descuidar do filho, que não tem uma creche descente por perto. Pagar uma cuidadora, ou uma mensalidade quer dizer exatamente: contratar um outro trabalhador com os mesmo problemas, ou o serviço de uma empresa (geralmente pequena, media ou remediada) que vive os problemas citados acima para cuidar de sua cria e de outros comuns.

Posto isto, o governo decide aumentar o salário mínimo, dar dinheiro para quem precisa, criar escolas, bolsas e melhorar os hospitais e postos de saúde, ou seja, criar postos de trabalho, oferecer e fechar negócios com grandes empresas do exterior e trazer recursos para o país. Muito bom. Tudo muito necessário e bem vindo.

Regras para quem ?

Mas, o difícil mesmo é fazer tudo isto chegar à população que precisa. Com o congresso atual e o BC obedecendo a outras regras e preceitos distantes destas necessidades e outras realidades, o fogo continua alto. O que chega, de fato, na mão de quem mais precisa é a esmola. Isso apesar dos noticioso oficial, das grande empresas de notícias e mídia, viverem divulgando números e gráficos de dupla função.

Por um lado, deixa a patuleia ignara cada vez mais tonta e, ao mesmo tempo, faz a alegria dos especuladores e jogadores com ações privadas de empresas. Das grandes, claro, as que têm IPO nas bolsas com o dinheiro público do país. E tudo atrelado ao dólar.

Quais seriam estas outras regras que o BC, deputados e senadores lobistas do congresso seguem? Começa assim: o atual presidente do BC – Roberto Campos Neto – foi posto lá pelo antigo presidente, o militar Bolsonaro. Seu compromisso, recentemente declarado é político partidário ideológico. Qual a ideologia? Ora, pensem no que propôs e como agiu o ex-presidente e seus seguidores, e naquele imediatamente antes dele. A temerosa samambaia venenosa. em seguida o ministro da economia decidiu que iria vender tudo – vender o país e todas as suas empresas? Para pagar juros do bancos privados? Você viu a diretoria do BC?

Quem gera empregos no país?

Então quem tem razão? O BC controla os juros que surgem das resoluções tomadas em reuniões com seus diretores, e presidentes e diretores de outros bancos. Todos vivem jantando com as grandes empresas, quase todas multinacionais de capital privado ou estatal, representantes de diversos países. Várias delas não pagam seus impostos há décadas.

Não é na lanchonete da esquina. São locais privados, fechados, longe do alcance dos micro, pequenos, médios empresários e de 99,88% da população do país. Durante as refeições acusam o governo de gastança e traçam planos para derruba-lo. Será que a sociedade sabe isso? Se não, precisa saber.

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