Beleza – Avesso do Real
- dezembro 23, 2022
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Não basta ser feio! Tem de entender os fatores sociopsíquico condicionantes que apontam para esta condição imposta...
Não basta ser feio! Tem de entender os fatores sociopsíquico condicionantes que apontam para esta condição imposta...
Redação
São Paulo, 23/12/2022.
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Algumas plataformas oferecem artifícios capazes de modificar completamente a aparência de uma pessoa. William Sanches, Terapeuta transpessoal, acredita que esse tipo de solução transmite um padrão cada vez mais longe do alcançável. “Esses efeitos começaram com intuito de divertir e entreter, mas tomaram outros rumos. Alguns desses filtros mexem diretamente com a fisionomia do usuário, aumentando a boca, afinando o rosto, o nariz e transformando completamente o semblante de alguém. A ideia de beleza que esses artifícios oferecem é completamente falsa e age diretamente na imagem que o público têm de si mesmo”, declara.
Uma pesquisa feita pela Academia Americana de Cirurgiões Plásticos revelou que 55% das rinoplastias realizadas em 2022 tiveram como principal motivação a intenção de sair com uma boa aparência nas famosas “selfies”.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica realizou um levantamento apontando que, nos últimos 10 anos, houve um aumento de 141% no número de procedimentos estéticos feitos por adolescentes entre 13 e 18 anos. “A naturalidade com que pessoas famosas tratam de processos clínicos nos stories, por exemplo, é um dos principais fatores que colaboraram com esses números.
Com isso, redes como o Instagram e o Facebook começaram a restringir publicações sobre cirurgias e emagrecimento para usuários menores de idade. Se antes o desejo era se sentir bonito, na realidade, hoje é ter a aparência que os filtros embelezadores nos proporcionam”, lamenta o terapeuta.
Para William, especialista em comportamento humano, quando alguém não se encaixa nesse padrão estipulado pela sociedade e pelas redes sociais, avaliar a opinião que temos sobre nós mesmos é o primeiro passo para identificar a falta de autoestima. “Muitas vezes, distorcemos nossa própria imagem por conta de tudo o que vemos e ouvimos ao longo da vida. Uma pessoa que olha no espelho todos os dias e diz para si mesmo que é feia, está se convencendo dessa sugestão o tempo todo. Infelizmente, esse indivíduo se compara a um padrão que é amplamente divulgado na internet, tendo a crença de que, realmente, não possui beleza”, relata.
Não se comparar a outras pessoas; focar nas próprias qualidades, deixando de lado pensamentos negativos sobre qualquer particularidade; livrar-se de amizades tóxicas, mantendo ao seu redor pessoas que nos incentivam a ser quem realmente somos; deixar de seguir perfis que exibem o padrão vigente, minimizando os danos causados à autoestima.
O movimento “Body Positive” (positividade corporal), também em alta nas redes sociais, tenta convencer as pessoas a se aceitarem e publicarem fotos reais, contra o padrão de beleza imposto à sociedade. “É preciso iniciar um processo de cura interior, aceitando e entendendo que cada indivíduo tem a sua própria beleza. Pode parecer simples, mas a aceitação oferece um grande alívio interno e nos livra de qualquer cobrança”, finaliza
*William Sanches – Terapeuta Transpessoal – Pós-graduado em Neurociências e Comportamento pela PUCRS.