CNTU – Carta Pela Democracia
- dezembro 17, 2022
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O Brasil precisa colocar os benefícios da Sociedade do Conhecimento a serviço de todos, no processo de resolução dos principais problemas e carências que temos.
O Brasil precisa colocar os benefícios da Sociedade do Conhecimento a serviço de todos, no processo de resolução dos principais problemas e carências que temos.
Carta Aberta da CNTU na 16ª Jornada
Democracia: profissionais universitários presentes!!
Trabalho decente, justiça social e ambiental
Imprensa
São Paulo, 17/12/2022.
2 Minutos.
Em 2022, o Brasil mudou de pele. Nova travessia da história desafia a todos. A reflexão crítica dos 200 anos de construção da nação brasileira confluiu numa intensa batalha de ideias sobre o projeto de país que queremos. A maioria do povo, através da soberania popular do voto, apontou os caminhos. A democracia representativa foi reafirmada, abriu suas asas e se impôs.
Sobrevivemos à pandemia que, desde 2020, ceifou cerca de 700 mil vidas e ao desmonte em todas as áreas do Estado brasileiro: ciência, tecnologia, educação, energia, saúde, cultura, meio ambiente, infraestrutura e soberania. Mais de 30% da população passa fome, o que exige ação articulada emergencial e efetiva. Dobramos o Cabo das Tormentas; há na sociedade uma nova disposição de se reinventar, de construir e seguir adiante de forma mais consciente e solidária.
A CNTU – Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários, seus sindicatos e federações filiados atravessaram o nevoeiro com a bandeira hasteada da democracia, do direito à vida, ao trabalho decente, à justiça social e ambiental. A CNTU se uniu e colaborou com um conjunto de movimentos, entidades e coletivos que cresceram nos anos recentes, em torno da recuperação da democracia, dos direitos humanos e da cultura. Renovou recentemente sua diretoria e reforça sua aposta no seu Conselho Consultivo, um dos maiores do País, com cerca de 2 mil lideranças sociais.
Abrem-se agora, no contexto da crise mundial em curso, as possibilidades no Brasil de novas bases para um projeto de desenvolvimento sustentável, combatendo as desigualdades e em direção à transição energética e ambiental da economia. A Amazônia, maior ativo e laboratório de biodiversidade do Planeta, no centro da geopolítica mundial, deve ser salva da anarquia criminal instalada e recuperada frente ao perigo iminente de sua savanização. O Brasil é uma das chaves para a luta pela criação de um novo equilíbrio climático e pela paz.
“Profissionais universitários presentes!!” significa um compromisso político e humanista no mundo do trabalho contemporâneo, na produção da infraestrutura socioeconômica e na modernização do Estado, fomentando novas democracia e soberania nacional. Vamos voltar a ter protagonismo na implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) à qual nos comprometemos como nação.
São necessárias políticas públicas que aproveitem o fluxo de divisas para investir na reindustrialização, com apoio à produção, à ciência, à tecnologia e à engenharia nacionais. Há que se combater a especulação financeira e superar as bases do ultraliberalismo. No campo da inovação, das novas tecnologias e da inteligência coletiva, o desafio principal é gerar empregos e trabalhos decentes, remunerações dignas, qualidade de vida e cidadania. Fundamental é apoiar o cooperativismo, a economia solidária e a defesa das micro, pequenas e médias empresas. Vida decente é trabalho, moradia, educação, saúde, alimentação, cultura e lazer para todos.
A produção da infraestrutura industrial, social e urbana necessita identificar aquilo de que mais precisamos. Dar prioridade à melhoria efetiva das periferias das cidades e aprimoramento dos serviços públicos essenciais, com destaque ao Sistema Único de Saúde (SUS), à educação e ao transporte. Promover o bem viver nas cidades e no campo demanda ainda preservação das florestas e revitalização dos rios.
É imperativo potencializar a democracia, pois sem ela nada disso será possível.
Estimular as novas formas de participação com mais inclusão, exercendo sempre uma pressão cidadã junto aos poderes públicos, é condição para avançar a qualidade do exercício político e das condições socioeconômicas.
A CNTU aposta nesta caminhada virtuosa.
Berço de uma cultura solidária própria e original, o Brasil, irmanado a todos os povos, em especial aos latino-americanos com quem tem afinidades ancestrais, deve colocar os benefícios da Sociedade do Conhecimento a serviço de todos no processo de resolução dos principais problemas e carências que temos.
São Paulo, 15 de dezembro de 2022, ano do Bicentenário da Independência.