Compreensão de texto e baixa leitura.
- maio 6, 2020
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Um relatório do Banco Mundial apontou que o Brasil ainda levará 260 anos para atingir níveis de compreensão de leitura iguais aos de países ricos. "É muito tempo!"
Um relatório do Banco Mundial apontou que o Brasil ainda levará 260 anos para atingir níveis de compreensão de leitura iguais aos de países ricos. "É muito tempo!"
Para educadora, no Brasil há diminuição no número de leitores, inclusive dentro do ambiente escolar. O país corre risco enorme de cair no ostracismo.
Redação Jornal da USP
São Paulo, 06/05 de 2020.
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Um relatório do Banco Mundial apontou que o Brasil ainda levará 260 anos para atingir níveis de compreensão de leitura iguais aos de países ricos. A má Compreensão de texto e baixa leitura estão intimamente relacionadas aos desenvolvimento intelectual e a capacidade cognitiva dos estudantes.
Para índices de resolução de problemas de matemática, a previsão é de 75 anos. Para Filomena Elaine Paiva Assolini, doutora em Ciências, mestre em Psicologia e professora do Departamento de Educação, Informação e Comunicação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, os dados são assustadores, apesar de questionáveis.
Na educação, o País avança, mas muito lentamente, segundo dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Uma das grandes conquistas dos últimos anos foi a inserção da criança na escola. Ao mesmo tempo, os investimentos no ensino primário e na formação inicial e continuada dos professores são baixos, avalia Filomena.
O problema mais grave está na interpretação de texto. Segundo a professora, o que ocorre no Brasil é uma diminuição no número de leitores, inclusive dentro do ambiente escolar. Nesse sentido, a capacitação do docente se coloca como central, já que são os professores que podem despertar o gosto e estimular os alunos à leitura, ensiná-los a ir além da decodificação dos símbolos e buscar novos sentidos na redação.
Os problemas da educação se encontram na base e a responsabilidade é coletiva: cabe às gestões públicas, às escolas e às famílias a reversão desse quadro, conclui Filomena.