Dados Históricos da Páscoa Cristã
- abril 15, 2022
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A Páscoa cristã busca reforçar a fé no renascimento da religião, não da pessoa de Jesus Cristo. A não ser que a moderna tecnologia, IA, 5G, bioengenharia genética
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São Paulo, 15/04/2020.
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Ano de 63 a.C – Roma estava em plana expansão pelo Oriente Médio. Seus exércitos, formados por centúrias, coortes e legionários chegavam às vezes a ter mais de 15 mil homens bem armados. Os romanos já tinham dominado o grande Aníbal Barka, talvez o mais temido general estrategista inimigo de Roma, e contam especialistas, de tanta admiração acabaram por incorporar algumas de suas táticas de guerra sob a égide do SPQR – Senatus Populus Que Romanus – insígnia que ainda é vista nos estandartes da atual Igreja católica e se traduz do latim: ‘O senado e o povo romanos’.
Portanto, não haveria de ser problema o domínio das tribos localizadas na Judeia, cujos reinos viviam sempre em conflito desde a ‘fuga’ do Egito: Israel, Judá, Samaria, Filisteia, e os fenícios, aramaicos, edomitas, nabateus, moabitas, damascenos etc., habitantes todos dominados anteriormente e por séculos seguidos por reinados Assírios, Babilônicos e Selêucidas (este último resultado da divisão das conquistas de Alexandre da Macedônia).
A chegada da força romana provocou mudanças profundas na região. Os ataques e as tropas de dominação imperial estavam sempre impondo novas regras, mas constantemente vendo-as também serem subvertidas por rebeldes e facções insurgentes.
As religiões eram diversas, alguns eram monoteístas, como os hebreus, outros politeístas, outros seguiam orientações populares e diversas. Enfim, eram divididos em credos e sentidos políticos, regras e leis alternativas que vigiam de acordo com as vontades das elites locais dominantes. Força militar bruta, impostos e credo religioso eram os pilares da ordem. Para os pelotões treinados e bem armados do exército romano parecia fácil.
Mas, não foi. Massada, por exemplo, é a mostra histórica mais explícita da resistência oferecida aos imperialistas invasores. Contam os historiadores que a região foi cercada por inúmeras tropas e que o cerco durou mais do que os generais previram e esperavam. Com o passar do tempo notaram que a resistência tinha praticamente desparecido. Como os rebeldes estavam em uma caverna localizada no topo de uma montanha, a 400 metros de altitude, um caminho de difícil acesso, decidiram aguardar sinais para dar continuidade aos ataques. Não aconteceu e decidiram invadir.
Surpresos, os militares reconheceram o trágico suicídio em massa daquelas pessoas que preferiam tirar a própria vida a entregá-las aos invasores.
As crises se superpunham, umas às outras, e no ano zero da Era Cristã, uma nova estava apenas começando. A rebeldia contra o império romano era constante. E às injunções políticas aliadas à lógica da dominação levou romanos e judeus a uma conclusão bastante óbvia: alianças locais em nome de proteção e algum desenvolvimento.
Mudanças, de fato, bem poucas, mas aos aliados toda a proteção contra outras tribos, credos e tentativas de invasões era oferecida. E assim, o estado romano se juntou ao estado hebreu e alguma paz foi estabelecida. Prático, útil e econômico. Aquele torrão de terra seca já estava “enchendo o saco” mesmo!
Como fazer adequações
Roma era politeísta: aceitava os vários deuses herdados da Grécia, e àqueles adaptaram as feições de suas necessidades. Na verdade, a cada novo território que conquistavam o império se adequava, até certo ponto, mas sem perder suas características dominantes. Cada povo um deus. Para o império romano tudo bem – desde que paguem impostos! Era uma estratégia política de distensão lenta e gradual, com a qual logravam o estabelecimento, de certa forma pacífico, prático e economicamente útil de seu poderio por quase toda a Europa, Norte da África e parte da Ásia.
Manteve-se assim também durante a colonização das Américas, lá pelos 1500 d.C. Colombo (em 1498) e Cabral trouxeram o SPQR em seus navios com os soldados e pelos padres (Jesuítas espanhóis e portugueses fincaram bandeiras no Brasil de sul a norte.) Por aqui os ‘índios’ resistiram, claro, mas contra a pólvora, o ferro e o chumbo, as flechas, tacapes, bordunas e machados pedra e de madeira puderam pouco.
Lá no Oriente Médio, nas franjas do mar Mediterrâneo oriental, onde o império se fundiu com os semitas descendentes da língua e das culturas de Sem (filho de Adão, segundo escrituras bíblicas) surgiu no Século III e firmou-se definitivamente no IV a religião cristã, costurada a sangue, muito dinheiro, perseguições, mortes, idas e vindas, marchas e contramarchas entre o império dominante e os judeus submissos. Estes já tinham até uma Páscoa. Só que com uma leitura e significados diferentes da cristã.
A história de seu fundador inicial, o senhor Jesus Cristo da vila de Nazaré, na região da Galileia, é conturbada. Ele surge como criança prodígio, nascido de uma mulher virgem (ou, pelo menos, sem contato direto com um homem macho da espécie numa relação carnal de intercurso sexual), e que teria recebido a graça de um anjo. Ela, com o bebê no colo, fugiu de uma perseguição feita pelo rei local, assustado e furioso com a profecia de que um menino recém-nascido iria tomar-lhe o trono.
Na outra cidade o menino cresce e desaparece, só voltando às suas origens aos 30 anos de idade, com uma sabedoria adquirida, dizem alguns, dos estudiosos essênios – uma casta de religiosos seguidores da tradição mais pura de Moisés. A documentação histórica apresentada sobre este fato ainda não permite afirmativas confiáveis, mas sugerem ligações que podem e/ou deverão ser confirmadas futuramente com a pesquisa arqueológica mais avançada, iniciada a partir dos Manuscritos do Mar Morto encontrados na região de Qumran na Cisjordânia, ainda em 2002.
Porém, Jesus, o Cristo realizava curas e bênçãos com as mãos, ervas medicinais e argila; fora batizado e iniciado em águas correntes, limpas e doces; não tinha propriedade privada, não era casado e praticava a caridade, com especial atenção aos famintos, entre outros atributos doutrinários, o que indica a proximidade com a bula esseniana.
Foram, talvez, por isso perseguido por outros judeus de outras castas religiosas. Estas também foram, seguramente, as principais características que atraíram milhares de pessoas para o ‘movimento’ e que deixaram preocupados tantos romanos (perder uma colônia era perder dinheiro e poder) quanto judeus (a mesma coisa).
Ainda que não pregassem a violência e não assumissem uma postura política, como outros grupos rebeldes, a estratégia cristã deu certo. Tanto que chegou ao ponto de ter seu líder cassado, preso, julgado de forma arbitrária e morto aos 33 anos de idade, a partir da conjugação e de acordos dos líderes políticos e religiosos locais.
Quem leu e pesquisou a vida do Cristo sabe que seus últimos anos foram de muito sofrimento, angústia e dor. O resto é fé e contação de histórias afeitas à manutenção do poder que não foi perdido, embora esteja, atualmente mais dividido em ‘facções’ diversas, surgidas à revelia, às vezes, dos 3 troncos principais da religião cristã: Catolicismo Apostólico Romano, Ortodoxo (Oriental) e Protestantismo (teuto-germânico). Mas, sabe-se, nem todas claramente agindo em nome daquele Deus que guiou o seu jovem fundador e mártir.