a vulnerabilidade social está diretamente relacionada com as dificuldades na escolarização, já que para o desenvolvimento pessoal e profissional, é preciso que o indivíduo alcance uma identidade profissional
O artigo a seguir Desempenho escolar e aumento da vulnerabilidade social diante da COVID-19 faz parte de uma sequência de 4 artigos escritos analíticos para ajudar na elucidação da crise social a partir de uma leitura psicológica
Ketilly Dayane Faria Gomes
Campo Grande, MS – 10/10 de 2021.
1 Minuto
Diante da pandemia da COVID- 19, crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social são os mais prejudicados em sua aprendizagem em razão dos estudos terem passados para momento remoto. Para Ayres (1999), o conceito de vulnerabilidade social refere-se a indivíduos ou grupos de pessoas fragilizados. Um tema que se refere aos Direitos Humanosna promoção, proteção e garantia de seu direito à cidadania.
A educação básica, obrigatória e ‘gratuita’ no Brasil, mostra-se como uma das poucas maneiras oferecidas para proporcionar o desenvolvimento pessoal e da condição social do indivíduo. A falta de acesso à informação torna as pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade menos capazes de buscar melhores condições de vida e de reivindicar seus direitos.
Exemplo claro são os alunos que diante das aulas remotas não conseguem acessar os momentos online, devido a falta de internet ou a mesma ser instável; perdendo não somente os conteúdos a serem cumpridos por planejamento, mas também o entusiasmo pelo estudo.
Diante do contexto em que estamos vivendo, com a chegada do vírus da COVID-19 e o início da pandemia, acentuaram-se as desigualdades na educação, onde muitos aspectos influenciaram no sucesso escolar do aluno. Grande parte deles está diretamente ligada com o seu histórico de vida, sua relação com a família e seu desenvolvimento social e psicológico no meio em que vivem.
A Escola também é
Como ambiente acolhedor e multicultural, a escola reúne várias ‘culturas’ em um único ambiente. Para suprir a aprendizagem do aluno diante da pandemia a escola deve se adaptar ao multiculturalismo e às habilidades múltiplas. Valorizar a bagagem cultural do aluno e respeitar as emoções refletidas em função da pandemia. A partir dessa iniciativa o fracasso escolar irá diminuir de forma significativa, uma vez que a escola passará a valorizar o conhecimento que os alunos constroem em seus diversos contextos.
Assim, a escola desempenha uma função imprescindível, proporcionando vivências que vão além da aprendizagem. Podendo significar um local de proteção onde o aluno se sentirá acolhido, constituindo relações próximas e afetivas com colegas e professores, principalmente, diante do contexto em que estamos vivendo, de uma guerra contra um vírus mortal e invisível em que nossos alunos estão aprendendo a lidar com outro tipo de pandemia: a das emoções.
Desempenho e Vulnerabilidade Social na COVID-19 – Milhões de crianças no país precisam desesperadamente de escolas (Img. Internet).
Daí a importância da escola valorizar o aluno no seu todo, em sua subjetividade, trabalhando a resiliência e levando-o a ressignificar, elaborar suas vidas diante das atrocidades cometidas pela COVID-19.
Ao cumprir agenda, data, horário, estabelecer regras e disciplinas; a escola configura-se como a primeira experiência mais próxima do mercado de trabalho, onde um dia o aluno estará inserido, preparando e dando a ele conhecimento não só específico, mas de conteúdos e comportamentos sociais que serão necessários na busca e convivência de um ambiente de trabalho.
A escola oferece aos alunos apoio social, especialmente àqueles que, de alguma maneira, se encontram vulneráveis por estarem fragilizadas e suscetíveis a fatores de risco (OLIVEIRA, 2017).
As crianças que não conseguem atingir os objetivos escolares previstos para o seu ano letivo necessitam de uma atenção integral que considere sua percepção de apoio para a solução das dificuldades que vem enfrentando desde o inicio da pandemia em 2020. Em muitos casos, a condição de vulnerabilidade social dessas crianças está na origem do sofrimento psíquico, de dificuldades de atenção e concentração nos estudos, além de distúrbios de comportamento.
Portanto, a vulnerabilidade social está diretamente relacionada com as dificuldades na escolarização, já que para o desenvolvimento pessoal e profissional, é preciso que o indivíduo alcance uma identidade profissional valorizada pela sociedade.
Tempo de soluções e práticas
Mais do que nunca é chegado o momento de falarmos de empatia, escuta e um olhar para além, sensível e com amor ao próximo para conseguirmos lidar com essa nova realidade social vivenciada.
Sabemos que mediante a todo acontecido, torna se um desafio para o poder público dar conta com eficiência e qualidade. Estamos vivendo um momento desafiador, uma guerra contra um inimigo mortal, invisível e altamente contagioso; estamos sendo confrontados com a fragilidade de nossas vidas, perdendo pessoas que nos são caras,
Nunca se falou tanto em solidariedade e inúmeras instituições e (Ongs) se colocaram em linha de frente nas causas sociais, tentando suprir as necessidades do próximo, buscando práticas de reinvenção a cada dia. A busca de um novo olhar para novas expressões da questão social impactadas pela pandemia, nos faz acreditar que tudo isso vai passar e diante das intempéries da vida a mesma nos convida a seguir nos reinventando a cada instante.
Sobrevivendo às guerras e deixando um legado de amor, fé e esperança aos nossos pequenos que um dia se lembrarão dessa pandemia e terão a oportunidade de dizer: meus pais foram heróis, e aos que perderam a batalha para o vírus da COVID- 19 ficarão as saudades escritas eternamente nos corações.
Psicologia da Saúde – Gestão estratégica na educação básica – FIOCRUZ
Mestranda em saúde e desenvolvimento na UFMS Campo Grande / MS
Referências
AYRES, J.R; et al. Vulnerabilidade e a prevenção em tempo de AIDS In: PARKER, R. et al. Sexualidade pelo avesso: Direitos, Identidades e Poder.
São Paulo: Editora 34, 1999.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996. Brasília: Ministério da Educação, 1996.
OLIVEIRA, Larissa Chagas de; COIMBRA, Camila Lima. Os saberes da experiência: uma aproximação necessária. Revista Educação, v. 42, n. 3, set./dez. 2017.
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