Discos Voadores Existem?
- outubro 21, 2024
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Os filmes de ficção já avançaram bastante e a ideia de "discos voadores" tornou-se obsoleta. De qualquer modo, as naves interestelares ainda nos deixam impressionados...
Os filmes de ficção já avançaram bastante e a ideia de "discos voadores" tornou-se obsoleta. De qualquer modo, as naves interestelares ainda nos deixam impressionados...
Belo Horizonte – MG , 21/10/2024
3,8 Minutos
Os fatos e imagens recentemente divulgados pela Força Aérea Americana e pela Força Aérea Brasileira são muito contundentes na apresentação de formas e velocidades de objetos avistados que excedem a tecnologia, disponível hoje na Terra para o seu desenvolvimento.
Tem-se observado movimentos de objetos na atmosfera em velocidade de até 10 vezes maior do que a dos jatos comerciais e em ângulos às vezes ininterruptos de até 90 graus. Estes movimentos são compatíveis com supostas tecnologias hipotéticas, a partir da Teoria da Relatividade, mas absolutamente impossíveis de serem hoje desenvolvidas, ou mesmo pensadas, hoje, em nosso planeta.
Primeiro, somos um planeta privilegiado, com terra, água e ar, à distância certa de nossa bola do sol e com rotações propícias, que possibilitam reações bioquímicas adequadas que podem levar à vida. O universo tem aproximadamente 14 bilhões de anos.
Estamos na Via Láctea, com um número estimado de 100 bilhões de estrelas, com cerca de 300 milhões de planetas provavelmente equivalentes ao nosso, com possíveis condições de geração da existência. E são 100 bilhões de galáxias no Universo. Portanto, um planeta como o nosso, tão peculiar na imensidão do fogo e dos buracos negros, é, sem dúvidas, atraentemente visitável, se assim tecnologicamente possível.
Segundo, desde 1945 temos tido aqui um notável número de explosões atômicas. Os relatos de ‘discos voadores’ precedem em muito em diversas culturas e mitologias, mas a incidência de relatos pós 1945 é significativa.
As explosões atômicas causam distúrbios no espaço-tempo, que fazem do nosso planeta atrativo para verificações. Como na música de Caetano, “alguma coisa está fora da ordem, fora da ordem, ordem mundial!”
Na Teoria da Relatividade, a velocidade da luz é constante e limítrofe no universo, conforme empiricamente verificado. Todas as medições feitas de distanciamento e aproximação de planetas observam este paradigma.
Se três corpos se distanciam ou se aproximam na velocidade da luz, cada dois pares sempre se distanciam na velocidade constante da luz, fazendo que o tempo seja relativo entre um corpo e os outros dois, e assim reciprocamente.
A estrela mais próxima da Terra situa-se a 4,5 anos-luz, ou seja, a cerca de 42,5 trilhões de km. A nossa nave mais rápida, com velocidade de 40.000 km/h, levaria cerca de 120 mil anos para lá chegar. Se obtivéssemos uma nave com a metade da velocidade da luz (o que é hoje absolutamente impossível), pela equação do espaço-tempo t = t0 / Ѵ(1-v2/c2), onde t é o tempo percorrido na nave, t0 o tempo decorrido no planeta de origem, v a velocidade da nave, e c a constante da velocidade da luz, os viajantes, após 18 anos de ida e volta, quando retornassem ao nosso planeta aqui já teriam passados 72 anos, e assim progressivamente se aumentássemos a velocidade da nave.
Imaginem em maiores velocidades e distâncias astronômicas, como tão bem caracterizado no filme “O Planeta dos Macacos”, (veja um trecho) de Franklin Schaffner, com Charlton Heston, onde a nave com seus tripulantes, programada para a seu retorno à Terra, chega no “futuro”. Entretanto, existe, hipoteticamente, uma possibilidade de encurtamento das distâncias astronômicas. Na Teoria da Relatividade, o universo não é retilíneo, mas curvo. Suponha, na figura abaixo, que a e b se distanciam do ponto x à velocidade c constante da luz, em direções diametralmente opostas.
a ← x → b
Seria de se supor, então, que a e b se afastam à velocidade 2c, acima do limite c da luz. Para que a e b se distanciarem, simultaneamente, na velocidade da luz, o universo então teria que ser curvo.
x
/ \
a ↔ b
Assim, poderiam haver no universo o que hipoteticamente se denomina de “buracos de minhoca”, (“wormhole”) ou “ponte de Einstein-Rose”. Hipoteticamente teorizado por alguns Físicos, mas não empiricamente verificado, eles poderiam abreviar a suposta ligação entre dois pontos do universo. Como conceito foi esplendorosamente utilizado no filme “Contact”, de Robert Zemeckis, com Judy Foster.
No filme, Judy viaja por um “buraco de minhoca” a um planeta longínquo, por cerca de 18 horas, dentro da nave-artefato, a uma velocidade extraordinária além da luz, retornando à Terra, em frações de nossos segundos, após contato com alienígenas.
Ou, então, quem sabe, em futuro próximo, haja a possibilidade de novos paradigmas na Física, que possam surgir, e que venham mudar a concepção teórica e tecnológica do universo. Como disse W. Shakespeare em “Hamlet”, “há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”.
A plausibilidade de hipótese persiste, perante nossa inoperância. Só o homem não sabe o belo que tem e que talvez o venha a destruir.
Ricardo Guedes – Formado em Física pela UFRJ, e Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de ChicagoChicago