Discrepâncias das Pesquisas Eleitorais?
- maio 23, 2022
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Votar com consciência pelo bem de toda a sociedade brasileira, não só pela defesa de alguns interesses, ou por quem negligenciou e atacou esta mesma sociedade, suas instituições
Votar com consciência pelo bem de toda a sociedade brasileira, não só pela defesa de alguns interesses, ou por quem negligenciou e atacou esta mesma sociedade, suas instituições
Belo Horizonte, MG – 23/05/2022.
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São quatro os pontos a analisar. O primeiro se refere à margem de erro das pesquisas eleitorais.
A margem de erro, ou margem de variação técnica, é um indicador do quanto os percentuais medidos podem variar dentro de índice de confiança. Por exemplo, para 2.000 entrevistas a margem de erro é de ± 2,5%, para índice de confiança de 95%.
Isto significa que para uma amostra com 2.000 entrevistas, em cada 100 vezes que aplicarmos a amostra, em 95% das vezes a margem de erro deverá estar em até ± 2,5%, em 5% das vezes poderá estar acima dos ± 2,5%. Isto é uma característica inerente à natureza estatística da teoria amostral.
O segundo ponto se refere à análise das pesquisas hoje divulgadas através dos chamados agregadores. Na Estatística Descritiva, temos como indicadores a média, a mediana, a moda, e o desvio-padrão. Os agregadores, em geral, têm analisado as pesquisas divulgadas através da média de seus resultados, sendo que, de maneira geral, nem sempre a virtude está no meio.
Se agregarmos as pesquisas dos institutos, em verdade não obteremos o efeito de melhor representatividade, podemos estar somando alhos com bugalhos, distorcendo a informação para o ‘mercado’.
O terceiro ponto se refere à adequação dos métodos dos institutos de pesquisa. Supor que o Brasil não conta hoje com uma base de dados adequada para o cálculo de amostras é um equívoco. É verdade que o Governo Bolsonaro não realizou o Censo de 2020, um equívoco para políticas públicas.
[N.E.: As perguntas: por que ele não realizou o censo, e por que ocorreram tantos ataques à imprensa e aos institutos de pesquisas? Seguem sem resposta… Mas, não é óbvio?]
Mas, baseado na distribuição espacial dos Setores Censitários do IBGE de 2010 que cobrem a totalidade do país, e nos dados da PNAD Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, que atualiza anualmente os indicadores para sexo, idade, escolaridade, renda e outras variáveis, as amostras podem ser calculadas tanto para o País como para os Estados.
Os institutos que integram o Conselho de Opinião Pública da ABEP – Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa, por exemplo, têm apresentado resultados significativamente homogêneos e adequados, referenciados pelos pares.
O quarto ponto se refere ao que me parece ser hoje uma articulação política para o demérito dos institutos de pesquisa. Vejo, por vezes, a afirmação de que os institutos teriam “errado” em 2018 ao dizer que Bolsonaro não iria para o 2º turno, e que perderia no 2º turno para qualquer candidato. Isto é fake. Os institutos mostraram Bolsonaro à frente tanto no 1º quanto no 2º turno das eleições de 2018.
Dizer o contrário é tão fake quanto dizer que as urnas eletrônicas do TSE não são confiáveis.
Ricardo Guedes – Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus