DÍVIDA JUROS CORTES ETC
- dezembro 3, 2024
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De pronto vem comparação entre as taxas de juros praticada e em consequência o s custos das dívidas.
De pronto vem comparação entre as taxas de juros praticada e em consequência o s custos das dívidas.
Lucio Maluf
São Paulo, 03/12/2024
3,3 Minutos.
De pronto vem comparação entre as taxas de juros praticada e em consequência o s custos das dívidas. Parece que carregando há tantos anos essa enorme dívida, mas com juros até mesmo negativos, o Japão não vive o estresse permanente, decorrente de pressões quase doentias pela constante elevação das taxas de juros.
O que na maioria das grandes economias mundiais também não ocorre , pelo menos na intensidade e busca de supervalorização do juro real como ocorre no Brasil. Embora nossa dívida ainda seja bem menor em relação ao PIB em comparação com a dos demais países do ranking.
O absurdo maior é exigir que no Brasil se pratique a maior taxa de juros reais do planeta sendo a 8ª. Economia do Mundo, com endividamento inferior à maioria dos países do G20. O Brasil tem uma das maiores taxas de crescimento do mundo, com baixa taxa de desemprego e sobretudo por deter reservas cambiais de US$ 370 bilhões. Portanto, equivalentes no momento a 2 trilhões e 200 bilhões de Reais, ou seja, cerca 20% do PIB.
Na verdade, o que mais aumenta a dívida é a sua realimentação produzida pela escorchante Taxa de Juros determinada pelo Banco Central.
De fato, cada ponto percentual da Taxa Selic pode ser quase equivalente ao déficit anunciado ou seja algo próximo dos 60 bilhões.
Considerando as pressões injustificadas e as especulações do mercado/rentistas para o aumento da Taxa de Juros, o objetivo claro é de elevá-la ainda mais até um patamar superior: em torno de 13 a 15%. Assim, poderá resultar em um juro real recorde em torno 8 a 10%, consequentemente teremos como inevitável mais um aumento brutal dos custos das dívidas.
O resultado ao final será mais endividamento para satisfazer apenas à própria dívida retroalimentando, deste modo, os cortes nas despesas. Muito especialmente nas áreas sociais serão insuficientes, o que levará o governo, pressionado e subalternizado, a efetuar novos e dramáticos cortes que comprometem profundamente seus compromissos, penalizando a imensa maioria da população.
DÍVIDA JUROS CORTES ETC
Em adição é importante lembrar que a política contracionista , implementada através da exacerbação da Taxa de Juros impacta, além das dívidas públicas, todo o conjunto das cadeias produtivas: produção, comércio, serviços e consumo, o que eleva os custos compostos e trava os investimentos produtivos.
Portanto, o resultado poderá impactar negativamente a arrecadação, diminuir as possibilidades reais de geração de superávit e, assim comprometer os difíceis esforços para conter o próprio déficit. Além disso, impede a construção da poupança necessária para fomentar qualquer projeto mais ambicioso de desenvolvimento.
Por fim, nesse capítulo é importante ressaltar que o Brasil necessita de uma taxa de crescimento em torno de 4 a 5% a.a. . Ele tem de ser constante e longeva, a fim de reduzir minimamente as distâncias sócio econômicas em relação aos países desenvolvidos. Entretanto, dificilmente esta poderá se realizar com a atual política de juros elevadíssimos, conjugada às travas do arcabouço do teto de gastos.
Lucio Maluf
Sociólogo , Dirigente Estadual e Nacional do PDT
[N.E.: – Clique para entender: Banco Central e o conceito enviesado de Cidadania Financeira. ]