Economia para Casais
- junho 12, 2023
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DInheiro, poder, economia, amor e casamentos - arranjos políticos entre pessoas diferentes que aproximam os semelhantes...
DInheiro, poder, economia, amor e casamentos - arranjos políticos entre pessoas diferentes que aproximam os semelhantes...
São Paulo, 12/06/2023
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A professora de economia comportamental do curso de Comunicação e Publicidade da ESPM, Paula Sauer diz que é o contrário. “É sim, preciso conversar sobre dinheiro e como o casal pretende organizar sua vida financeira. O brasileiro vive em um país com uma das maiores desigualdades sociais do planeta, falar de dinheiro é extremamente íntimo.
Por outro lado, se não gosta de falar, curte ostentar, gosta de comentar o destino das últimas férias, a marca das roupas que usa. Mostra o celular em cima da mesa, anéis, relógios, as chaves do carro, tira foto até do que comeu se entender que o restaurante é bacana. Isso mostra o quanto o dinheiro é simbólico na vida das pessoas”.
A economista acrescenta que muitas vezes o status está relacionado ao sucesso, liberdade e possibilidades. Porém, na falta do dinheiro o sujeito sente como se tivesse perdido seu chão simbólico. “No namoro e também no casamento não é muito diferente, os casais querem mostrar o melhor de si e ostentam, um dos lados pode estar fazendo um raio X do comportamento financeiro do outro”.
Enfim, o assunto é tão delicado que a pesquisa longitudinal (ao longo do tempo) realizada pelo Serasa, sempre evidencia o quanto os cônjuges escondem sua vida financeira um do outro. Geralmente, a maioria dos casais não conta para o parceiro o quanto recebe de salário, quanto tem em aplicações financeiras ou dívidas. Não é raro em caso do falecimento de um dos cônjuges a família contar com uma herança ou se deparar com dívidas.
“Antes de juntar os trapinhos e dizer o sim para o ‘amor’ da sua vida, é fundamental ter uma conversa franca sobre dinheiro, hábitos econômicos de consumo, entender o significado do dinheiro para cada um, para não ter surpresas depois”, diz Sauer.
A segunda causa de divórcios no Brasil se dá em função da incompatibilidade financeira. O primeiro motivo é a dificuldade de comunicação. Por isso, deve-se ter calma, explica a especialista, porque falar sobre dinheiro é uma dificuldade não só do brasileiro, mas é necessária para todos.
Paula Sauer – Professora de Economia Comportamental da ESPM
[N.E.: Economia Comportamental tem 95% a ver com Psicologia social. Uma dica: faça terapia.]