12/06/2025
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Educação Financeira – Crianças/Adolescentes

  • junho 10, 2025
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Educar para aprender e entender a necessidade do controle, do uso consciente dos preços e, fundamentalmente, dos valores embutidos nas coisas.

Educação Financeira – Crianças/Adolescentes

Saiba como ensinar a educação financeira para crianças e adolescentes para lidar com o dinheiro de forma gamificada. Startup dá dicas para pais e responsáveis

Os assuntos econômicos e a importância de saber lidar com o dinheiro de forma responsável estão em alta no Brasil. Seja pelo número de endividados, que atinge mais de 76 milhões de pessoas no país, de acordo com levantamento realizado pelo Serasa, ou pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado. É o que está acontecendo e trazendo à tona as consequências do uso irresponsável do dinheiro.

Conceitos relacionados às finanças, como investimento, poupança e valores monetários, devem ser apresentados a crianças e jovens de forma que esse conhecimento acompanhe seu desenvolvimento. Desta maneira, as chances deles se interessarem pelo assunto são bem maiores. De acordo com a educadora financeira e bancária Vanessa Cristiane Motta de Matos, fundadora da Investeendo, os assuntos devem ser inseridos no dia a dia o quanto antes.

Assuntos devem ser introduzidos de acordo com a idade

Cada idade possui uma percepção diferente sobre o dinheiro e a economia. Para que os aprendizados realmente sejam absorvidos, é importante adequar a forma de ensinar de acordo com a idade. A partir dos três anos, os conceitos de educação financeira podem ser iniciados, mas sem focar no valor das notas ou moedas, e sim na quantidade. Nesta faixa etária, para a criança, cinco moedas de dez centavos valem mais do que uma nota de cinco reais.

“Se eles se baseiam pela quantidade, vamos introduzir o conceito de ‘fazer escolhas’. Faça atividades onde a criança precise escolher entre duas coisas. Não basta perguntar se ela prefere uma boneca ou um sorvete, precisa ter contexto e sentido. Leve seu filho ao mercado e diga que ele pode escolher uma única coisa.

Provavelmente, a criança vai querer mais de uma, mas neste momento você deve reforçar o combinado e permitir apenas um produto”, explica Vanessa. Ela ainda destaca que, mesmo que isso frustre a criança, é importante entender que nem sempre podemos ter tudo o que queremos. Mesmo que seja difícil para a criança, ela vai sentir poder, por entender que a decisão da escolha foi dela.

Educação Financeira para Crianças e Adolescentes
Para cada idade um valor. (Img. Web)
Saltos qualitativos

Até os seis anos, as atividades podem ser baseadas na questão da quantidade, mas a partir dos sete, os valores monetários devem ser incluídos. Entendendo quanto custa cada nota ou moeda, as atividades podem continuar no mercado, mas agora com escolhas diferentes.

Dê à criança um valor que se enquadra em sua realidade e deixe ela escolher o que quiser comprar com aquele valor recebido.

Após a compra, analise com ela se foi a melhor escolha e, caso ela ache que não, é um ótimo momento para ensinar a criança a pensar antes da tomada de decisão de compra da próxima vez que forem ao mercado.

“Quando a criança ficar um pouco mais velha, vá ao mercado com ela e diga que você tem tantos itens para comprar com uma quantia X de reais, e peça ajuda a ela para escolher os produtos dentro daquele orçamento. Além de ser divertido, é educativo.

Ela vai aprender a comprar com inteligência e começar a entender que dinheiro tem limite. Sempre que possível, repita, mas também ensine sobre pequenas economias dentro de casa. Por exemplo, como apagar a luz, fechar as torneiras e cuidar dos brinquedos. Mostre-lhe que esses simples atos podem fazer ‘sobrar’ dinheiro no final do mês, o que pode ser convertido em algum passeio, cinema ou jantar em família”, ressalta Vanessa.

Opções interessantes

Outra forma de ensinar esses assuntos às crianças é por meio de jogos. A gamificação é uma maneira atrativa de ensinar temas importantes e necessários. A Investeendo, tem o objetivo de ensinar educação financeira por meio da gamificação, e possui jogos físicos e virtuais para alcançar esse propósito.

As atividades podem e são replicadas nas escolas, e por meio de uma economia circular dentro de sala de aula, os jovens aprendem noções básicas de investimentos, poupança, moedas virtuais e podem até trocar por itens de verdade.

Adolescentes e o uso real do dinheiro

Durante a adolescência, os jovens possuem noções sobre os valores monetários, mas muitos não conseguem relacioná-los com os gastos familiares. Vanessa explica que, nesta idade, os pais ou responsáveis devem conversar e mostrar, desde o gastos básicos até os mais complexos.

“É importante colocar tudo no papel, pois os adolescentes ainda não têm noção real dos custos mensais. Os pais não podem ter receio de falar quanto ganham, pois de que maneira o jovem vai entender que precisa economizar, se ele não tem ideia de quanto entra de dinheiro na família e quanto é o gasto mensal?”

Também começa em casa

A partir do entendimento das contas familiares, pequenos objetivos a serem cumpridos podem ser feitos Portanto, é um ótimo momento de ensinar temas mais complexos, como o extrato bancário, compras no cartão de crédito e investimentos.

“Abra uma conta em um banco para o seu filho e ensine-o sobre essas possibilidades. Não precisa ser expert no assunto para poder ensinar o básico”, destaca Vanessa, que lembra que 1 a cada 5 jovens, já entra no mercado de trabalho endividado.

Ao se tornar pequeno aprendiz ou estagiário, os adolescentes já terão acesso a suas próprias contas, e o ideal é que neste momento, já tenham mínimas noções financeiras. “Provavelmente, a maior parte das pessoas não lembram em que gastou o primeiro salário. Isso porque não tinham nenhum objetivo com o dinheiro a não ser gastar.

Uma sugestão: 15% do salário deve ser retirado para investir e 15% para juntar a cada mês para adquirir um bem mais caro. O restante pode ser usado com o que achar necessário, inclusive com gastos supérfluos. Muitos acham que educação financeira é não poder gastar com nada, mas isso não é verdade. É gastar e mesmo assim ter um valor investido”, orienta a educadora financeira.

Investeendo – Startup que une educação financeira e gamificação para transformar a relação de jovens com o dinheiro.

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