EMBRAPA e a Boiada
- novembro 29, 2023
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Tecnologia básica de rastreamento, como a utilizada em animais selvagens na África chega nas manadas bovinas brasileiras. Nenhuma novidade...
Tecnologia básica de rastreamento, como a utilizada em animais selvagens na África chega nas manadas bovinas brasileiras. Nenhuma novidade...
Redação
São Paulo, Novembro de 2023
2.4 Minutos.
Embrapa e startup Taggen apresentam tecnologia para rastreabilidade animal para empresas e associação de produtores. Um dos desafios do setor agropecuário brasileiro é garantir a origem da carne e assegurar que o gado não foi criado em áreas com passivos ambientais e sociais
A Embrapa Pecuária Sudeste e a startup Taggen Industries and Services, especializada em IoT e RFID, trabalham juntas no desenvolvimento de uma solução tecnológica para monitoramento individual de bovinos desde o nascimento até o consumidor final.
O produto, que já está em fase de testes na fazenda Canchim em São Carlos (SP), sede da Embrapa Pecuária Sudeste, tem como meta ser viável economicamente e de fácil implantação para que seja adotado em escala em todo território nacional.
Na quinta-feira, 23 de novembro, a tecnologia foi apresentada para potenciais parceiros. Segundo o CEO da Taggen, Werter Padilha, a parte técnica já está concluída, mas existem ainda alguns desafios que serão solucionados pela parceria.
A reunião contou com a multinacional Qualcomm, empresa de tecnologia e dispositivos inteligentes conectados, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), instituição de inovação com foco em tecnologias da informação e comunicação, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Associação Brasileira dos Criadores de Canchim (ABCCAN).
O propósito do encontro foi demonstrar o potencial da solução e, junto com as organizações convidadas, viabilizar formas de acelerar os próximos passos. Visar vencer aos desafios tecnológicos ainda existentes, validar a solução em mais ambientes e atender as expectativas do setor pecuário brasileiro.
Alguns desafios do setor agropecuário brasileiro incluem garantir a origem da carne. Também assegurar que o gado não foi criado em áreas com passivos ambientais e sociais, como regiões de desmatamento. O sistema de rastreabilidade e monitoramento, em desenvolvimento pela Embrapa e Taggen, vai contribuir com este objetivo. Portanto, agregar valor ao produto final, tanto para o mercado interno como para exportação, ambos restritos ao consumidor brasileiro médio.
De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, que coordena o projeto na Embrapa, a tecnologia, que está sendo avaliada a campo com os animais criados a pasto, já é adotada em ambientes indoor. “Estamos agora nos adequando e iniciando no campo (outdoor) para rastrear, monitorar, localizar e gerenciar os animais em tempo real.
O principal problema ainda é a conectividade, já que a ideia é o monitoramento de toda a vida do animal, desde o nascimento até o consumidor na ponta. Outro é o custo, que deve ser viável para adoção em escala dos pecuaristas”, explica o pesquisador.
Para a diretora de vendas e desenvolvimento de mercado do CPQD, Sirlene Honório, não há um grande desafio de tecnologia nesse projeto que não possa ser superado.
As soluções tecnológicas avançam muito rapidamente.
Para ela, o desafio está em ser viável e possível de escalar. Entretanto, para atender o cliente, é preciso observar um ou mais desses pilares: aumentar a receita, diminuir um custo ou eliminar riscos.
A pesquisa está sendo conduzida na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). Sessenta animais já estão sendo monitorados na fazenda experimental do centro de pesquisa.
Vinte vacas de leite e 40 bovinos de corte em sistema extensivo e intensivo com integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF).
A inovação é baseada, inicialmente, em tecnologia de comunicação digital sem fio BLE (Bluetooth Low Energy), composto de dispositivos individuais (beacon), leitores (gateways) e a plataforma TG Bov da Taggen. O monitoramento será em cloud com aplicativos em tablets e smartphones também.
Assim, a ideia é que a ferramenta não exija alta qualificação do operador, porque os dispositivos são de simples instalação seja no animal ou no ambiente, simplificando e acelerando seu processo de uso.
“Portanto, queremos que os dispositivos sejam fáceis de adquirir, instalar e usar. O monitoramento dos animais precisa estar disponível ao pecuarista onde quer que ele esteja. É a aplicação direta e imediata do conceito ‘plug and play’, ou seja, o cliente compra e ele mesmo instala”, fala Padilha.
[N.E.: – alguém imagina o valor dos investimentos feitos?]