Escravidão no Brasil – Registros
- novembro 23, 2022
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Na África a humanidade ficou em pé. Ergueram-se por lá, no passado, civilizações eloquentes e poderosas. Atualmente, nota-se um retorno gradativo daquela pujança. Uma questão de respeito.
Na África a humanidade ficou em pé. Ergueram-se por lá, no passado, civilizações eloquentes e poderosas. Atualmente, nota-se um retorno gradativo daquela pujança. Uma questão de respeito.
São Paulo, 23/11/2022.
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2 datas, de acordo com pesquisa rápida. 1560 aqui quando foi feito um primeiro registro e no ano de 1538 . Outros dados podem e devem ser consultados. Mas, é certo que o pico do tráfico negreiro se deu entre os anos de 1701 e 810, quando quase 2 milhões de pretos africanos desembarcaram no Brasil.
Os primeiros escravos dos europeus que aqui chegaram foram os indígenas, os povos originários. Não deu certo. Eram teimosos, e preferiam morrer em sua terra, lutando. O que aconteceu, de fato. Mas, muitos também fizeram “acordos” e foram “domesticados”. Capitularam como forma de manter a paz, a vida e suportarem a força do invasor.
Os escravos africanos foram enganados, ou já tratados como tais a partir de suas origens. Por motivos diversos já o eram, desgraçadamente em seus países, o que, claro não serve nem de consolo. Porém, tratados de História da África podem esclarecer melhor estas questões. Foram trazidos para cá esperançosos para reconstruírem suas vidas, e muito poucos conseguiram espaços para tal.
Ser escravo, nesta condição específica brasileira, significava que você tinha um dono. Ou seja, você era tratado como mercadoria (“Eu tô pagando!“) O “seu senhor” poderia vendê-lo como quem vende um animal ou uma ferramenta de trabalho, ou poderia trocá-lo, emprestá-lo, e se quisesse até matá-lo e jogar fora, por considerá-lo inútil. Se chegasse a pesas “7 arrobas”, por exemplo ou “não servisse nem para procriar!” Quem disse isso mesmo?
“Cruel e desumana, suas consequências, mesmo passados mais de 130 anos da abolição, ainda são perceptíveis. A pobreza, violência, a vilania e a discriminação que afetam os negros no Brasil são hoje um reflexo direto de um país que normalizou o preconceito contra esse grupo e o deixou à margem da sociedade.
Entretanto, cada uma destas pessoas escravizadas trazia em sua alma, a dor, a saudade e um conhecimento apreendido durante sua existência anterior, enquanto vivo entre os seus e sua cultura.
Ser desterrado, mesmo sem ser contra a sua vontade pessoal, é cortar um pedaço da alma que nunca cicatriza. Se cicatrizar deixa o traço, na pele, que evoca o sentimento.
Forte, capaz de obrigar a transformações e adaptações abruptas e o desenvolvimento de inúmeras capacidades e potências humanas. É evolução forçada. De qualquer forma liga-se e fere a alma, a essência. Urgem os resgates.
Mas, há aparentes soluções. O tempo cura 95% das feridas, embora fiquem cicatrizes. Cultura, arte, manifestações remissivas à ancestralidade, ao lar primeiro, são resgates que funcionam como paliativos, e séculos depois podem até desinflamar e fechar cicatrizes, como formadores de uma nova consciência, o conteúdo, e do contido abre-se e salta o novo continente.
Desta forma herdamos com a culinária, a música, a poesia e a vibração dos inúmeros contos e escritos, religiões, mitos e ritos que consolidaram a força criativa, e a qualidade das diversas culturas e etnias instaladas no Brasil e nas américas. Das mais ‘raízes’ às mais sincréticas, só resistem por conta desta força, da energia que emana de grande parte do povo brasileiro. Dados a serem confirmados com o senso 2022, depois de anos de atraso. Retardo intencional, obviamente.
A intelectualidade brasileira, a academia, os empresários e as instituições sociais e políticas têm muito a reconhecer ainda da nossa negritude, força produtiva e enobrecedora de nossa civilização sul ocidental.