IA – ChatGPT e Futuro
- maio 4, 2023
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O livro do falecido historiador Nicolau Sevcenko (USP/Harvard/Georgetown) "A corrida para o Século XXI" de 2001 antecipou estas discussões em mais de uma década.
O livro do falecido historiador Nicolau Sevcenko (USP/Harvard/Georgetown) "A corrida para o Século XXI" de 2001 antecipou estas discussões em mais de uma década.
Victor de Almeida Moreira
São Paulo, 04/05/2023
2 Minutos.
A história da humanidade é marcada por revoluções. Momentos em que um evento, uma invenção ou um movimento “popular” causam mudanças de rotas sociais que nos levam a uma nova dinâmica existenciais. Como a Revolução Industrial. Atualmente, com o avanço e disseminação da tecnologia do ChatGPT e outras inteligências artificiais (IA) semelhantes, tenho convicção de estarmos passando por um destes momentos revolucionários.
O ChatGPT é uma IA baseada em um modelo avançado de linguagem capaz de entender, aprender e gerar textos em diversos idiomas. É capaz de produzir trabalhos de qualidade, em poucos segundos. Esta tecnologia pode desenvolver documentos, escrever artigos, elaborar estruturas de trabalho, checklists de atividades, otimizações de processos e muito mais. As possibilidades de uso são incontáveis. Muito de seu potencial ainda é inexplorado.
Na minha opinião, ela é exatamente o tipo de tecnologia que nos dá a oportunidade de mudar a dinâmica de trabalho como conhecemos atualmente. Veja!
Com a Revolução Agrícola, nós, homo sapiens, deixamos de ser caçadores-coletores para nos tornarmos agricultores. Desde então, a correlação entre produção e tempo de trabalho era direta e linearmente proporcional.
Ou seja, quanto mais queríamos produzir, mais tempo precisávamos trabalhar.
Com a Revolução Industrial e diversas evoluções tecnológicas, ao longo dos anos essa ligação entre produção e tempo de trabalho ‘foi se dissolvendo’.
[N.E.: As mais marcantes – Só no Século XX ocorreram 48 guerras nos países africanos (além de mais 21 conflitos armados a partir de 1999 muitos ainda em andamento/desdobramentos), todas provocadas pelos interesses expansionistas europeus em minérios (energia) e alimentos; junto com as crises de 1918-19 na Europa – 1ª Guerra Mundial; a de 1929 nos EUA e o Crack de valores financeiros – bolsa de NY; Japão invade a China em 1937; 1939-1946 Segunda Guerra Mundial; a criação do estado de Israel 1948; a guerra fria bipolar a partir de 1950: EUA x URSS; crise do petróleo dos 1970; golpes militares de estados na Am. Latina e do Sul; as guerras do Vietnam e Afeganistão, o surgimento do neoliberalismo inglês 1983 e seus reflexos nos EUA (Tatcher e Reagan) e a queda do muro de Berlin (1989); Guerra dos Balcãs durante governo Clinton 1998 – EUA e OTAN; Torres gêmeas 2001; a crise do subprime e a bolha especulativa com papeis financeiros em 2007/8; a invasão do Iraque pelos EUA, precedida de crises com Irã; a Primavera Árabe em 2010 (Egito, Líbia, Síria); Crise da Ucrânia 2014 (EUA – OTAN – Rússia); o nazifascismo recorrente na Europa, nos EUA e no Brasil com o balão de ensaio em 2013; China arranca economicamente e desbanca EUA em 2016, apensar de recuo do crescimento do PIB; Covid19 ataca em 2019 e EUA culpam a China; 2020 novo conflito Ucrânia x Rússia x EUA /OTAN – as consequências até hoje... Revoluções sociais – constantes?]
Hoje, com tecnologias de inteligência artificial, a quebra desta correlação nunca esteve tão evidente. Vivemos em um novo mundo no qual os meios de produção se tornaram tão eficientes que pode-se produzir cada vez mais com menos tempo de trabalho humano.
Considerando que entre 50% e 80% do nosso tempo é gasto com comunicação, a criação de uma tecnologia (ChatGPT) que tem a capacidade de otimizar essa comunicação por meio de um modelo de aprendizado e aprimoramento constante tem o potencial de elevar nossa produtividade a patamares nunca antes atingidos.
Algumas empresas já utilizam o ChatGPT em sistemas de atendimento ao cliente, gerenciamento de agendas, processamento de dados e automação de processos, tornando as atividades mais eficientes e ágeis. Isso quer dizer que a IA já é uma realidade e que diversas empresas estão economizando tempo e recursos graças a inteligências artificiais. Isso possibilita que os funcionários se concentrem em atividades mais estratégicas e de maior valor agregado.
Mas, é apenas o início, e as possibilidades a serem exploradas são inúmeras. É por isso que, como disse o especialista em inovação Walter Longo em uma de suas palestras, acredito que “no futuro, as pessoas serão pagas para estudar e aprender, e não para trabalhar”.
Victor de Almeida Moreira – Engenheiro de produção
Mineração Rio do Norte (MRN)