Inovação e Protagonismo entre Professores
- abril 30, 2021
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a necessidade de priorizar o direito das crianças e bebês em receber educação de qualidade nesse momento, a professora criou uma rádio...
a necessidade de priorizar o direito das crianças e bebês em receber educação de qualidade nesse momento, a professora criou uma rádio...
Centenas de iniciativas espalhadas pelo país evidenciam a inovação e o protagonismo entre professores nesta pandemia, a despeito de todas as dificuldades que o isolamento impôs para a educação infantil.
Redação
São Paulo, 30/04 de 2021.
2 Minutos
Professores de todo o Brasil conseguiram criar, com os recursos de que dispunham, maneiras de incentivar o protagonismo da criança na ação educativa, o fortalecimento do vínculo familiar com a escola e a oportunidade de criação conjunta e troca de saberes entre as crianças.
Ao lado da criatividade das propostas dos professores, o celular foi uma ferramenta fundamental nesse processo. Registros em foto, vídeo ou voz compuseram o portfólio de ações que, combinadas, possibilitaram que cada criança visse seus colegas cumprindo a mesma atividade que ela estava executando em casa, ajudando a fortalecer a noção de grupo e pertencimento. Além disso, o WhatsApp foi uma ferramenta importante para que os professores tirassem dúvidas dos pais e para disseminar as práticas entre todos do grupo.
Dois dos muitos exemplos dessa troca entre crianças se deu no trabalho desenvolvido pelas professoras de Ulimara Souza Izidro, no Rio Grande do Norte, e Ana Carolina Mossolino, em São Paulo.
No primeiro caso, a docente criou o projeto Asas da Imaginação, para estimular a leitura dos pequenos. Semanalmente um vídeo-aula com contação de histórias envolvendo livros e musicalização era enviado para as crianças e quinzenalmente o empréstimo de um livro pela escola, respeitando critérios de vigilância sanitária. A partir disso, as crianças faziam o reconto, pintura, leitura visual junto com seus familiares e enviavam através do WhatsApp.
Já Ana Carolina foi além e, diante da necessidade de priorizar o direito das crianças e bebês em receber educação de qualidade nesse momento, a professora criou uma rádio.
Concebido para ser um ambiente sonoro onde os bebês e as crianças pudessem se reconhecer e ser acolhidos, o projeto formou uma verdadeira corrente auditiva de afetos. “A ideia se desenvolveu por meio de áudios editados e enviados através do aplicativo WhatsApp. Frequentemente os bebês e crianças gravavam e enviavam áudios em resposta aos estímulos e propostas enviadas pela rádio”, conta a professora.
Mas não foi só a tecnologia que possibilitou essas interações. As propostas de atividades demonstraram sensibilidade ao propor atividades que usavam o que havia disponível em casa, com um repertório que os familiares se sentiam à vontade para explorar junto com a criança.
Simone dos Santos Sales, de São Paulo, teve a ideia de criar o “Sarau das Infâncias”, que tinha o objetivo de se aproximar, escutar e acolher as famílias, bebês e crianças de forma virtual. Durante as atividades foi proposto rodas de músicas com objetos comuns – como baldes, panelas, peneiras e pregadores -, além da construção de instrumentos musicais com material reciclado. Vale destacar que o projeto de Simone também resgatou a cultura indígena e africana durante as atividades.
Longe de serem iniciativas isoladas, ações criativas que conseguiram envolver as famílias e as crianças na proposta pedagógica se alastraram por todo o país, da região Amazônica, no Norte, ao extremo sul do País.
Esses exemplos puderam ser vistos nas mais de 700 práticas inscritas no Prêmio Educação Infantil: Boas Práticas de Professores Durante a Pandemia, promovido pela Fundação Maria Cecilia em parceria com a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e o Itaú Social.
O objetivo do prêmio foi reconhecer a importância do trabalho dos professores, valorizá-los ainda mais durante esse período de pandemia e evidenciar as boas práticas realizadas de maneira remota neste contexto da covid-19.
Do total de inscritos, 100 iniciativas foram premiadas com o valor, cada uma, de R﹩ 1 mil, além de um curso de 40 horas online, promovido pelo Instituto Singularidades, com atividades síncronas e assíncronas sobre a BNCC e a Educação Infantil.
Sobre a Educação Infantil:
A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social.
No Brasil, a Educação Infantil é responsabilidade dos municípios, que, em regime de colaboração dos estados e do governo federal, possam oferecer uma educação inicial de qualidade às crianças de 0 a 5 anos de idade.
Por que falar sobre o assunto? Reconhecer as boas práticas de professores que fizeram a diferença na vida de inúmeras famílias durante essa pandemia.
Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal – Desde 2007, na causa da Primeira Infância para impactar positivamente
o desenvolvimento de crianças em seus primeiros anos de vida.