13/06/2025
Ciências Educação Ambiental Meio Ambiente

Mapeando e Explorando a Árvore da Vida

  • abril 25, 2025
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Micologia é o estudo dos fungos. Em sua vida subterrânea criam uma extensa rede de comunicação entre as árvores e plantas, e trocam "conhecimentos". Dizem os especialistas

Mapeando e Explorando a Árvore da Vida

A vida na Terra é incrivelmente diversificada. Porém todas as espécies enfrentam o desafio de alocar recursos limitados entre o crescimento, a sobrevivência e a reprodução.

ttingen Baixa Saxônia – Alemanha, Abril de 2025
4.4 Minutos.

Na minha tese de doutorado, investiguei as estratégias usadas por espécies de plantas e mamíferos para enfrentar esse desafio usando espaços de características. Ou seja, a distribuição de características mensuráveis ​​(traços) de organismos em um espaço multidimensional.

Ao estudar o espaço global de características das plantas, descobri uma forte conexão entre as dimensões acima e abaixo do solo. Plantas altas também têm sistemas radiculares extensos para sustentar a parte acima do solo e fornecer recursos para o crescimento. Enquanto plantas de baixo crescimento têm sistemas radiculares pequenos.

Da mesma forma, construí um espaço global de características de mamíferos e descobri que os mamíferos se dividem em dois grupos principais. 1º) Espécies que atingem a idade reprodutiva rapidamente, mas vivem menos –estratégia rápida -. 2º) Espécies que se reproduzem menos, mas vivem mais –estratégia lenta-).

Estratégias das plantas para sobreviver

Essas estratégias estão fortemente relacionadas ao ambiente de vida. Entretanto, a vida na água ou no ar favorece estratégias mais lentas em comparação à vida em terra. Além disso, investiguei se a estrutura do espaço de características pode ser aplicada ao monitoramento da biodiversidade usando sensoriamento remoto.

Assim, imagens de drones de comunidades de plantas em dunas costeiras italianas mostraram que os padrões no espaço espectral – variações na luz refletida pela vegetação. Portanto, estão fortemente relacionados ao espaço característico da comunidade vegetal.

Assim, o sensoriamento remoto pode ser usado para estudar com sucesso estratégias de plantas, fornecendo então uma maneira eficaz de monitorar mudanças na biodiversidade em larga escala. Então, a metodologia do espaço de características pode ser usada para comparar estratégias entre diferentes espécies.

Também para avaliar a diversidade de características e estudar como as estratégias das espécies se relacionam com o ambiente. Isso ajuda a entender melhor como os organismos se adaptaram às condições ambientais e a prever como as comunidades responderão às mudanças globais.

Reafirmo que a vida na Terra é incrivelmente diversa.

Todavia, a totalidade das espécies enfrenta o desafio de alocar recursos limitados para crescer, sobreviver e se reproduzir. Minha pesquisa examinou como espécies de plantas e mamíferos investem nesses processos usando “espaços de características“. Ou seja, mapas de características mensuráveis ​​(traços) que revelam as estratégias que as espécies usam para navegar em seus ambientes.

Ao investigar o espaço global de características das plantas, revelei um forte alinhamento entre o tamanho acima e abaixo do solo. Plantas altas possuíam sistemas radiculares extensos para sustentar suas estruturas acima do solo e garantir recursos para o crescimento. Por sua vez, plantas menores tinham sistemas radiculares menores.

Surpreendentemente, características que refletem estratégias de aquisição e conservação de recursos em folhas e raízes foram dissociadas, operando independentemente umas das outras. Da mesma forma, construí um espaço global de características de mamíferos e descobri que os mamíferos são distribuídos em dois grupos principais dentro desse espaço.

Rápido e curto. Lento e longo. Ar, água e terra e luz.

Primeiro: espécies com vidas mais rápidas, porém mais curtas, e aquelas com vidas mais lentas, porém mais longas. Essas estratégias estão fortemente ligadas aos habitats, com ambientes aquáticos e aéreos favorecendo estratégias “lentas”, se comparadas às terrestres.

Por fim, testei se essa estrutura de espaço de características pode ser aplicada no monitoramento da biodiversidade por meio de sensoriamento remoto. Imagens de drones de comunidades de plantas em dunas costeiras na Itália revelaram certos padrões no espaço espectral. As variações na luz refletida pela vegetação estão fortemente relacionados com os espaços de características das comunidades de plantas.

Isso sugere que as estratégias das plantas podem ser estudadas remotamente, oferecendo uma maneira eficiente de monitorar mudanças na biodiversidade em grandes áreas. A metodologia de espaço de características permite comparações de estratégias entre espécies. Além disso, quantifica sua diversidade e permite modelar como as estratégias se relacionam com fatores ambientais.

Essa abordagem é crucial para entender como os organismos se adaptam e preveem as respostas da comunidade às mudanças globais, ajudando na conservação da biodiversidade e na estabilidade dos ecossistemas.

Eleonora Beccari Drª. Botânica e Micologia pela Un. Göttingen – Alemanha

*Sugestão: Árvore da Vida – Filme Avatar I
*Aspecto científico – clique aqui

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