Mulheres na Luta
- junho 14, 2024
- 0
Filhos do amor serão bem vindos! Quem estupra é criminoso. Não é bem vindo! Seu fruto não deve vingar, e ele tem de ser condenado a pena de
Redação
São Paulo, 14/06/2024
2,8 Minutos.
Deputados do centrão e de partidos da direita irresponsável, os golpistas da chamada extrema direita, ligados aos políticos das bancadas da bíblia (bispos e pastores do neopentecostalismo financeiro), da bala (vendedores de armas, milicianos e militares neuropatológicos), dos bois (fazendeiros do agrobusiness e boiadeiros da FPA) atuaram juntos, para votarem em questão de minutos um Projeto de Lei 1904/24 do deputado Sóstenes Cavalcanti – (PL RJ – clique).
O regime de urgência foi pedido pelo também deputado Eli Borges do PL de Tocantins – clique) nascido em Goiás.
O atual presidente da Câmara dos deputados federais em Brasília, o deputado Arthur Lira do PP (Alagoas – clique) topou a pauta que criminaliza as mulheres que fizerem aborto após a 22ª semana de gravidez. Para eles as mulheres devem ser tratadas como criminosas, não importando se o feto é filho de um estupro, ou se tem má formação, o que incluirá graves problemas de saúde física e psicológica em sua vida e na de sua mãe.
Além deles, votaram favoravelmente à excrescência 32 outros deputados (clique).
9 destes votos são de mulheres.
De acordo com a medicina atual e os protocolos do sistema pré-natal de acompanhamento da gravidez, é possível determinar se a criança nascerá com ou sem problemas. O SUS fornece atendimento neste sentido. Ainda de acordo com o atual manual de medicina obstétrica, pediátrica e neonatologia, uma criança no útero só estará definitivamente apta a se manter viva fora dele após a 24ª semana de gestação.
Gerar e ter um filho é da ordem e da determinação única e exclusiva da mulher. Ela é a única dona de seu próprio corpo, e sabe quando está pronta. Para isso, ela deve dar ao homem que escolheu para ser o pai da criança, o seu consentimento. E, seguramente, só o fará se estiver absolutamente convicta disso. Deste modo, qualquer disposição em contrário é considerado crime. Portanto, em perfeita consciência uma mulher saudável jamais permitirá uma invasão ao seu corpo. Ou seja, não importa a religião, a profissão, o grau de instrução, o partido político… Ela não permite. Ponto. É seu direito e deve se opor com todas as suas forças para ser respeitada.
Uma menina de 15 anos, por exemplo, portanto uma criança ainda não sabe, não teve tempo de amadurecer e criar uma consciência sobre a gravidez. Diversos expedientes sociais estão disponibilizados para evitar um desagrado, um indesejável surgimento de uma, sem planejamento, sem medir e pesar todas as consequências.
Até o final do século XIX, as meninas com esta idade (debutantes) eram dadas pelos pais para os homens pretendentes, desde que estes mostrassem capacidade laborativa e recursos para criar uma família. A ideia do casamento era o negócio da família. Uma moça (a mercadoria) em casa sem marido era um estorvo, tinha custos adicionais. E risco de aparecer grávida sem um pai que assumisse a responsabilidade, era moral e politicamente, um desastre para toda a família.
Mesmo na atualidade esse tipo de arranjo comercial é comum entre os muito ricos. Conservadores, querem manter o patrimônio e para isso escolhem os possíveis maridos para as suas filhas. Questão de dotes e outros esquemas.
Mudou. Hoje a mulher pode escolher seu homem, e pode decidir quanto tempo quer viver com ele. Qualquer ato de desrespeito, de uso de força bruta, de constrangimento físico e psíquico, moral ou violência de qualquer mote é considerado crime. Leia o Art. 5º da lei : “Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial“…
Não por acaso, os deputados citados acima e seus seguidores começaram uma campanha machista de combate a lei Maria da Penha, disseminada nas redes sociais. Assim, a campanha sórdida ataca em primeiro lugar a figura da proponente da lei, e consequentemente atinge todas as mulheres. A base para o ataque é a interpretação que certos misóginos religiosos fazem de trechos da bíblia judaica. Distorcem o escrito para submeterem as mulheres aos seus caprichos.
Felizmente, a pressão das ruas, o clamor popular, a força das mulheres e sua capacidade de união em torno de problemas que dizem respeito a si e a própria vida, no sentido mais amplo, fez recuar a infeliz proposta. Elas mostraram, de forma organizada, firme, a sua repulsa aos que odeiam as mulheres e que não respeitam a igualdade de gêneros, a equidade, a própria vida!
A força está com vocês. AEscolaLegal também. Parabéns!
Em azul tosos os links – clique