Mundo Odiento
- abril 5, 2023
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É fácil relacionar o aumento do número de armas de fogo (e outras) nas mãos de indivíduos perigosos e psicossocialmente desajustados com ações são planejadas e acionadas por
É fácil relacionar o aumento do número de armas de fogo (e outras) nas mãos de indivíduos perigosos e psicossocialmente desajustados com ações são planejadas e acionadas por
Ricardo Guedes
Belo Horizonte, MG – 05/04/2023
1 Minuto.
No Brasil, um adolescente de 13 anos de idade ataca e mata a facadas uma professora e fere mais 5 pessoas em uma escola de São Paulo. Em Blumenau, um adulto ataca e mata a machado 4 crianças e fere outras 4 quatro em uma creche infantil. Em Nashville, Estados Unidos, uma adulta de 28 anos ataca e mata a tiros 3 crianças e 3 adultos. Em Toronto, Canadá, um adulto de 22 anos esfaqueia e mata um adolescente brasileiro de 16 anos no metrô em um ataque aleatório. O que está acontecendo?
Os ataques individuais que têm ocorrido nas sociedades em todo o mundo e os ataques coletivos ocorridos como o de 6 de janeiro de 2021 nos Estados Unidos, Washington, e o de 8 de janeiro de 2023 no Brasil, Brasília, têm a mesma gênese, o ódio contra o bem-sucedido e o correto, em sociedades desesperadas, esganiçadas pelo ódio e pelo fascismo.
Em 2022, ocorreram mais de 250 mass shootings nos Estados Unidos. Segundo o National Institute of Justice, que considera como mass shooting os atentados que matam 4 pessoas ou mais. De 1982 a 1992 ocorreram 14 mass shootings nos Estados Unidos; de 1992 a 2002, 19 mass shootings; de 2002 a 2012, 29 mass shootings; de 2012 a 2022, 77 mass shootings, em números crescentes.
No Brasil, segundo estudo da UNICAMP, de 2002 a 2022 ocorreram 13 ataques em escolas brasileiras, em média anual de 1 ataque por ano. De agosto de 2022 para cá, média de 1 ataque por mês, em uma explosão de violência. Em Toronto, Canadá, o número de incidentes violentos no metrô aumentou em 46% de 2021 para 2022, em um total de 1.068 ocorrências em 2022.
As sociedades estão hoje desequilibradas, com o aumento da desigualdade, achatamento das classes médias, e dissociação do meio social, no fracasso distributivo das democracias. As novas hordas sociais, desiludidas e sem perspectiva, formam a nova base social do fascismo, nos termos dos trabalhos de Hannah Arendt, com o aumento da incidência da violência.
Nos Estados Unidos, segundo o World Population Review, o número de armas em posse da população chega a 393 milhões, em números crescentes com Trump.
No Brasil, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de armas em posse com a população passou de 117 mil em 2018 para 673 mil em 2022 com Bolsonaro. Armas, recessão, e ódio, são as marcas que nos sobram da nova insanidade social.
“Deus, tenha piedade de nós.”
Ricardo Guedes – Ph.D. pela Universidade de Chicago – CEO da Sensus