O Alvo na Pele
- novembro 8, 2024
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Na luta pela sobrevivência na neocolônia Brasil, ser branco (minoria) significa uma vantagem cultuada há séculos pela mesma "elite" racista, xenófoba e seiscentista.
Na luta pela sobrevivência na neocolônia Brasil, ser branco (minoria) significa uma vantagem cultuada há séculos pela mesma "elite" racista, xenófoba e seiscentista.
Redação
São Paulo, 08/11/2024
3 Minutos.
Em sua quinta edição, o boletim Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão evidencia a norma da letalidade da ação policial. Ao todo, foram 4.025 vítimas. Destas, em 3.169 casos foram disponibilizados os dados de raça e cor, sendo que 2.782 (87,8%) dos mortos eram pessoas negras. Os números foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) junto às Secretarias de Segurança Pública e órgãos correlato. Foram colhidos em (9) nove estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
Desde 2020, quando foi apresentado o primeiro Boletim pela Rede de Observatórios, o padrão das pessoas mortas por agentes de segurança estaduais se mantém. Ou seja, a população jovem negra é a grande maioria das vítimas. “Ano após ano, vemos a reafirmação de que a violência da polícia tem cor, idade e endereço. São milhares de jovens negros, muitos nem chegaram a atingir a maioridade. Suas vidas foram ceifadas sob a justificativa de repressão ao tráfico de drogas.
Não é aceitável nem justificável a morte de uma pessoa negra a cada quatro horas pelas mãos de agentes de uma instituição que deveria zelar pela vida.
Portanto, o nosso objetivo ao ressaltar esses dados é denunciar a urgência de um debate público acerca do racismo na segurança. Desta forma, queremos incentivar o desenvolvimento de políticas públicas que mudem o rumo desta realidade”. Diz a cientista social Silvia Ramos, coordenadora da Rede de Observatórios.
Nesta edição do boletim Pele Alvo, divulgado no dia 7 de novembro, pela primeira vez, todos os estados monitorados responderam às solicitações via LAI no prazo determinado pela legislação. Assim, destaca-se o fato de, também pela primeira vez, desde 2021 quando passou a integrar o estudo, o Maranhão registrar essa informação das vítimas (cor da pele) , ainda que em apenas 32,3% dos casos.
Entretanto, a falta desses dados ainda é muito alta. O Ceará teve uma leve melhora, mas 63,9% das vítimas não têm raça e cor reconhecidas. No Amazonas, em seu primeiro ano de monitoramento, esses são 54,2% dos casos. no Pará, os não informados representam 52,3% do total. Ou seja, mais da metade dos mortos em confronto com policiais do estado, não foram identificados pela cor da pele/etnia.
Ao todo, são 856 vítimas sem registro de dados de raça e cor nos nove estados que fazem parte do boletim. A transparência é fundamental para uma análise qualificada da realidade, a fim de que o poder público possa direcionar seus esforços para uma sociedade verdadeiramente segura para todos.
Leia a integra com número de mortos por estado aqui.
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[N.E.: é interessante observar o numero total de mortos desde que o o Alvo na Pele foi criado.]
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