Pobreza – Feiura e Mercado
- dezembro 5, 2022
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A pergunta é autoexplicativa: como é possível que no país que mais produz alimentos no mundo, existam 30 milhões de esfomeados e miseráveis?
A pergunta é autoexplicativa: como é possível que no país que mais produz alimentos no mundo, existam 30 milhões de esfomeados e miseráveis?
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São Paulo, 05/12/2022.
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O mercado financeiro é, segundo análises do marxismo científico dialético a última etapa do capitalismo atual. The last, but not the least. O desenvolvimento evolutivo da inteligência humana conta agora com o apoio incondicional da IA. Futuros e incertezas são lugares comuns. Mesmo com muito planejamento, à despeito do provável domínio sobre as condições/imposições da natureza!
Digressão remissiva – À pobreza se somam a feiúra (mitologia), a miséria, as desgraças sociais, a fome,
as doenças, em resumo o subdesenvolvimento (até como aversão ideológica ao progresso), as crises sociais cujos desenlaces é a deterioração, e no limite a morte da sociedade. Morte coletiva das espécies. Pelo fato simples de que não se pode dissociar a humanidade ativa com o resto da Natureza. O que vemos é que o distanciamento expressivo do ser humano da Natureza tem um caráter ambivalente, notadamente a cada tijolo acrescentado à natureza humana. Construir uma, conduziu até aqui, necessariamente, à destruição da outra.
Exemplos práticos podem ser notados na questão do Estado – investimentos em áreas que organizam, melhoram e
atingem o maior número de pessoas – alimento, água, comunicação, energia e saneamento – este último pode ser
escrito assim: educação e limpeza. Deixam de ocorrer na dissociação destas necessidades com os governos sucessivos. Até o ano de 2022 o último governo eleito deixou clara a sua intenção de descuidar destas condicionantes essenciais.
Esta é a base. Com ela pronta e funcionado a contento – 85% é um bom número – além da organização das finanças para que o estado mantenha esta base operacionalizável e satisfatória, a necessidade de rígido controle sobre a economia é uma das premissas.
Não para manter o rei bem vestido e feliz com suas concubinas e prole resultante – status é uma asneira contornável – mas para manter o reino produtivo e feliz.
No entanto, estratégias falhas, intencionais, que elevam o expressivo enriquecimento e uns, em detrimento da miséria alheia, do crescimento dos sentimentos de repulsa, exclusão e alargamento dos gaps sociais entre as pessoas de uma mesma sociedade, são péssimo sinais. Há insanidade aqui. O conceito de distribuição das riquezas produzidas deve estar associado ao de acumulação seletiva, quase que de forma natural. Matematicamente, pelo menos, não se conformam uns sem os outros: somas, divisões, diminuições, aumentos, multiplicações etc… Mas, levar à miséria é criminoso. Provocar a fome, a morte, o desrespeito e o abandono…
O rei poderá andar na rua e dizer olá para todos e receber um sorriso de volta (85% de satisfação, digamos). Por rei entenda-se o governante eleito (o piloto), já que estamos em uma Democracia (uma opção política contestável porquanto, ferramenta que se presta e favorece o surgimento de todos os tipos, sejam probos ou estapafúrdios no poder) enquanto a questão central é a República – a boa gerência do bem de todos.
Vossa majestade, com seus ministros – uma elite técnica comprovadamente sábia e experiente – cuidarão para que a ganância do mercado privado seja controlável, embora não seja necessário restringi-lo à privação de sentido. Ou seja, o que se produz deve ser orientado para o bem estar da sociedade, considerando seu aspecto múltiplo, diversificado, desde que todos contribuam para a sua permanência. Cada qual em seu papel, responsavelmente.
Uma boa forma de entender os princípios deste raciocínio é ler, entre diversos títulos, alguns dos filósofos gregos, ingleses, franceses, alemães só para ficarmos no Ocidente. 2 de cada, por ano. Em seguida dar espaço para a comédia, que é a melhor forma de encarar uma tragédia, seja ela de caráter pessoal ou coletivo ou seja épica, por sua capacidade de atravessar o tempo e deixar, para quem quiser, algumas lições a serem aprendidas, catarticamente.