A Lei Áurea, à vista da História não oficial, (aquela dos livros permitidos pelo estado) pode não ter ajudado tanto, como dizem, aos escravos. Pelo contrário, feita as pressas sob pressão, condenou-os a um tipo de situação de abandono suficiente para perpetrar o mesmo status condenável e cruel.

Palowa Mendes

Belo Horizonte – MG, 14/05/2025
1.8 Minutos.

Há 137 anos, meu povo busca libertação de uma escravidão que nunca foi verdadeiramente abolida neste país. A luta abolicionista nos libertou dos grilhões, dos troncos e do pelourinho, mas continuamos sob a chibata de opressores que nos aprisionaram numa “liberdade” de miséria. Sem teto, sem terra, sem educação, sem saúde, sem trabalho digno e sem cidadania.

O que esses opressores não previam, porém, é que somos guerreiros e guerreiras. Em nossas veias corre o sangue e a sabedoria destes. Aqualtune, dos Malês, de Dandara, Tereza de Benguela, Maria Firmina, Adelina Charuteira, Zumbi, Ganga Zumba, Chico Rei, João Cândido… Lutar pela liberdade está em nossa gênese.

sem teto, sem terra, sem educação, sem saúde, sem trabalho digno e sem cidadania.

Hoje, em nossa história de superação, reverenciamos os heróis anônimos que tombaram no front da luta. Por sobrevivência, dignidade, direitos sociais, trabalhistas, igualdade e equidade. É dia de tocar nossos tambores para ecoar que nossa resistência ainda é urgente.

Só seremos livres quando conquistarmos o direito à igualdade real e retomarmos o que nos é negado há séculos: o direito de sermos reconhecidos como seres humanos plenos.

Palowa Mendes – Bacharel em Direito – Consultora Políticas Públicas.

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