Segurança de Dados no Brasil
- julho 7, 2021
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A maioria considera que a privacidade nos meios eletrônicos virou um mito, e que tudo ou a maior parte das informações podem ser acessadas. Por isso é elevada
A maioria considera que a privacidade nos meios eletrônicos virou um mito, e que tudo ou a maior parte das informações podem ser acessadas. Por isso é elevada
Amostra nacional com 3.000 entrevistados, feita entre 18 a 25 de junho de 2021, revela as impressões, os sentimentos das pessoas em relação a atividade criminosa de bandidos, hackers e malfeitores cibernéticos que roubam dados sensíveis como e-mails, número de celulares, de cartões de crédito, cpfs, contas e senhas bancárias etc…
Redação
São Paulo, 07/07 de 2021.
2 Minutos
Ouvi por estes dias uma afirmação curiosa em que se questionava qual seria a resposta de Maquiavel a esta pergunta: “você choraria mais pela morte de seu pai (ou de sua mãe) do quem pela perda de seu patrimônio?”
Maquiavel foi um pensador. Era realista. Sua leitura da humanidade não era uma leitura idealizada. Tampouco era contrário aos sentimentos, às emoções, aquilo que nos diferencia dos minerais. Mas, ele era um especialista em política, em poder e tinha argumentos racionais, lógicos, portanto frios, de sobra para convencer com 26 capítulos ou argumentos o Príncipe ou qualquer outro governante daquela e de quaisquer outras épocas quais eram os atributos necessários para se ganhar e manter o poder. Seu repertório intelectual passava por gregos e romanos.
Este texto trata deste tema, quase que paralelamente. Mas trata, relativamente de questões de poder. E fica a pergunta: o que um ladrão quer afinal? Vamos a alguns dados que podem nos fornecer respostas, nem todas satisfatórias, mas ainda assim, respostas.
Um amostra nacional feita com 3.000 entrevistados, representativa da população adulta brasileira, de 18 anos e mais, de todas as cinco regiões do País; com cotas de sexo, idade e localidade, e controle de instrução e renda foi realizada sob a encomenda e diretiva da Febraban para entender o medo das pessoas decorrente do aumento de roubo de dados sensíveis e da segurança de dados no país.
Trabalho sério, feito por equipes de profissionais abalizados e bem pagos. Bancos têm dinheiro suficiente para estas coisinhas. Cuidadosos, os pesquisadores e os relatórios, cheios de estatísticas e matemática aplicada preveem detalhes e minúcias, para garantir o máximo de acerto nas informações que querem passar. Afinal, bancos vendem, e muito, os seus produtos.
Assim complementam as informações provenientes da coleta de dados com os arredondamentos, como um artista que dá os arremates finais de uma obra. Os percentuais que não totalizam 100% são decorrentes de arredondamento dos decimais ou de múltiplas alternativas de resposta.
Vem destes detalhes finais, as famosas margens de erro, e a máximo estimada para o total de 3.000 entrevistados (em um plano nacional) é de 1.8 pontos percentuais para mais ou para menos, com a utilização de um intervalo de confiança de 95,5%, conforme se vê na tabela abaixo:
O levantamento mostrou que os brasileiros estão atentos a essa questão, sobretudo quanto o uso que as empresas privadas fazem dos seus dados pessoais. E em alguns casos consideram a utilização dos dados aceitável, como por exemplo para a prevenção de crimes, de golpes em compras e fraudes com dados bancários.
Outra constatação do estudo é que as pessoas passaram a adotar ou intensificar hábitos de proteção em relação a senhas, fornecimento de dados, aceitação de cookies, uso de cartão de crédito, entre outros. Mas, ainda assim, muitos se tornaram vítimas de crimes dessa natureza. Entretanto, apesar das notícias e experiências negativas a respeito, predomina uma expectativa de avanço na segurança dos dados nos próximos cinco anos.
A maioria considera que a privacidade nos meios eletrônicos virou um mito, e que tudo ou a maior parte das informações podem ser acessadas. Por isso é elevada a cobrança por maior eficiência e endurecimento da legislação que rege a proteção de dados. Ao mesmo tempo, o estudo registra otimismo quanto à contribuição da LGPD e da Lei 14.155 – ainda pouco conhecidas – para a diminuição dos crimes nos meios eletrônicos, associados sobretudo, segundo os entrevistados, à violação de dados em compras online e no acesso a sites em geral.
Outro resultado animador é que apesar do medo e da preocupação preponderantes em relação à segurança de dados no país, a grande maioria dos brasileiros confia nas empresas e instituições com que transacionam, no que tange à proteção de suas informações pessoais e reconhecem os investimentos feitos no intuito de aumentar a segurança.
Para ter acesso à informação completa da pesquisa acesse aqui.