Serra da Canastra – Berço do Velho Chico
- outubro 5, 2021
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O parque é belíssimo, com cachoeiras e abriga uma rara beleza de vegetação de transição entre Mata atlântica e Cerrado.
O parque é belíssimo, com cachoeiras e abriga uma rara beleza de vegetação de transição entre Mata atlântica e Cerrado.
Tatiana de Oliveira Ramos
Gleycon Silva
Belo Horizonte, 03/10 de 2021.
2 Minutos
Este Parque situa-se no sudoeste de Minas Gerais, o qual abrange seis municípios: São Roque de Minas, Sacramento, Delfinópolis, São João Batista do Glória, Capitólio e Vargem Bonita. Durante sua criação houve conflitos com parte da comunidade local, pois a desapropriação de terras e o não-aceite dos limites dessa Unidade de Conservação (UC), foram as razões desses conflitos com o órgão gestor.
Municípios abrangidos pela UC, com seu respectivo percentual (limites obtidos por malha municipal digital do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE –, de 1996) – São Roque de Minas: 41,13% – Sacramento: 2,46% – Delfinópolis: 40,30% – São João Batista do Glória :46,51% – Capitólio : 18,78% – Vargem Bonita; 31,63%
Todos no Estado de Minas Gerais.
Coordenadas geográficas – latitude e longitude (coordenada central) – 46º35’56” Longitude WGr.
– 20º18’16” Latitude Sul.
Data de criação e número do decreto criado em 3 de abril de 1972 pelo Decreto nº 70.355
Marcos geográficos referenciais dos limites Chapadão da Canastra (Chapadão do Diamante) e serras das Sete Voltas, Capão Alto, dos Canteiros, Santa Maria e Preta.
Bioma e ecossistema incluídos nos domínios do bioma Cerrado, com influência do bioma Floresta Atlântica.
A origem do nome se deve pelo fato do Parque estar situado sobre um imenso chapadão, o qual é semelhante à forma de uma canastra (um tipo de baú). Além disso, está localizado em um divisor de águas de grandes bacias, proporcionando ao Parque uma rede de drenagem muito extensa, formada por pequenos rios e nascentes. Na figura abaixo pode-se analisar de forma mais simples a sua formação.
Um dos objetivos de sua criação foi para proteger as nascentes do rio São Francisco (Velho Chico), que brota e escorre pelo imenso chapadão da região.
Além disso, os aspectos mais marcantes da região se dá devido a densa rede de drenagem com inúmeros tributários e centenas de nascentes que dão vida a diversos cursos d’água. Nesta região, foram distinguidas seis bacias hidrográficas mais importantes: rio Grande e ribeirão Santo Antônio, ao sul; e ribeirão Grande, rio São Francisco, rio Araguari e rio Santo Antônio, ao norte.
O Velho Chico possui duas nascentes, uma é conhecida como a Nascente Histórica e a outra como Geográfica. Mas afinal, qual a diferença entre as duas??
Há alguns anos atrás houve o equívoco que a nascente do Rio São Francisco era oficialmente no Parque Nacional da Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, no estado de Minas Gerais.
Entretanto, com pesquisas mais aprofundadas, descobriu-se que na verdade a nascente real do Velho Chico está localizada no Rio Samburá, no município de Medeiros, Minas Gerais.
Após isso, estabeleceram que o rio possui duas nascentes, a histórica, na Serra da Canastra em São Roque de Minas – MG e a geográfica, no Rio Samburá em Medeiros – MG.
No local que o rio deságua, recebe-se o nome de foz e o Velho Chico tem sua foz localizada entre os estados de Alagoas e Sergipe. De suas nascentes até o Oceano Atlântico onde ele deságua, o Velho Chico percorre aproximadamente quase três mil quilômetros, passando pela Bahia, Pernambuco, até chegar no município de Piaçabuçu, estado do Alagoas. Na imagem abaixo pode-se observar todo o percurso desse maravilhoso Rio, e vale destacar que o Velho Chico é considerado o maior rio totalmente localizado em território brasileiro.
O parque é belíssimo, e ao chegar neste local percebemos que ele abriga uma rara beleza de vegetação de transição entre Mata atlântica e Cerrado. Essa vegetação protegida, é um local seguro de vida de muitos animais e ambiente de biodiversidade que desempenha inúmeros papéis biológicos essenciais a vida do planeta.
O parque contribui para a preservação de muitas espécies como o lobo-guará, tamanduá-bandeira, veado-campeiro, gaviões, tatu-canastra e o pato mergulhão que tem esse local como seu habitat e ali desempenham serviços ecossistêmicos que são essenciais para a manutenção desse ecossistema.
Caminhando pela trilha você chega ao local de maior exuberância da natureza da Canastra a Cachoeira Casca D’Anta que tem queda livre de 186 metros.
A cachoeira recebe esse nome, pois, conta-se que o animal anta se esfrega no tronco da árvore Casca D’Anta Drimys winteri para curar ferimentos superficiais, pesquisas indicam que a árvore possuir propriedades medicinais e cicatrizantes e por sua vez a cachoeira foi assim batizada.
O parque Nacional da Serra da Canastra é o pulmão verde da região sudoeste de Minas Gerais e a sua preservação desempenha papel importante na regularização da qualidade ambiental, cultivando o sentimento de vida dos moradores da região, dos visitantes e melhorando a qualidade de vida do planeta.
No processo de apreciar a natureza do parque florestal, as pessoas geram em si sentimentos de alegria, liberam a pressão do dia-a-dia e tornam-se seres humanos conscientes, compreendendo o meio ambiente em que vivemos e os impactos causados pela ação do homem. Assim criamos uma consciência ecológica que é fundamental para a preservação da qualidade ambiental do parque, onde passamos a transmitir respeito pela natureza e pelos seres que ali habitam.
Tatiana de Oliveira Ramos – Bióloga – Licenciatura e bacharelado em Ciências Biológicas, Doutora em Agronomia – Entomologia Agrícola.
Gleycon Silva – Doutorando Ecologia – INPA
Que maravilha esse trabalho de edição, ficou muito bom!