As famílias não são simples consumidoras. A participação delas pode e deve ser considerada também como produtoras e investidoras na riqueza geral do país.

Campinas, SP – 27/09/2024
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Lucianne Carneiro no Valor de 19/08/24 diz que se nos estudos sobre as Contas Nacionais as famílias aparecem em geral apenas como consumidoras, um novo trabalho dos pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) Roberto Olinto e Claudio Considera mostra a participação delas de forma mais ampla no Produto Interno Bruto (PIB)* do país, tanto na produção quanto nos investimentos.

Tradicionalmente, as principais análises sobre PIB olham seu desempenho pela ótica de demanda e oferta. Há uma outra forma, no entanto, de observar as contas nacionais, que é pelos chamados cinco setores institucionais clássicos: famílias; empresas não financeiras; empresas financeiras; governo e instituições privadas sem fim de lucro a serviços das famílias (IPSFL).

Pelas contas dos pesquisadores, a contribuição das famílias para a geração do valor adicionado bruto (VAB) da economia brasileira recuou de 28,3% em 2000 para 19,1% em 2021, último dado disponível. A comparação considera valores correntes.

O período mais intenso de perda de participação da geração de renda das famílias no processo de produção se dá na primeira década, já que o percentual atingiu 22,8% em 2005 e 20,3% em 2010, mas a queda se mantém até 2021. Em 2020, era de 20,5%, 1,4 ponto percentual acima dos 19,1% de 2021.

Fernando Nogueira da Costa – Dr. Profº Titular do IE da UNICAMP

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*O PIB de 2023 divide a soma dos recursos do país – R$ 10,9 trilhões – pelos 212,500 milhões de brasileiros. Faça a conta e veja se você chegou a estes números, com todos os descontos possíveis.