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Surgimento da Ciência Experimental

A ciência experimental ‘nasceu’ na Itália dos séculos XV e XVI.

Ricardo Guedes

Belo Horizonte, MG – 05/07/2022.

1 Minuto.

Durante a Idade Média, foram criadas as primeiras Universidades na Europa, mas nelas não havia lugar para a atividade científica, Organizadas como corporações de professores e estudantes, estas Universidades eram legitimadas pela Igreja e sancionadas pelo Estado, com o objetivo do ensino profissional da Teologia, do Direito, e da Medicina. Estes cursos de formação profissional tinham a filosofia escolástica como base validação do conhecimento, através da normatização de que o argumento lógico precede sobre a observação.

As Universidades, entretanto, possibilitaram a diferenciação do papel do professor de filosofia de outras atividades. Adicionalmente, nestas universidades foram criadas cátedras secundárias de “ciências”, dentro dos princípios escolásticos, com o objetivo de dar subsídios à filosofia, formando estes professores juntamente com os filósofos o corpo de eruditos da época.

Na Itália, da reunião dos eruditos de inclinação científica com os artistas, estes práticos e experimentadores, surgiu o papel rudimentar do cientista moderno. Tendo como interesses comuns o estudo matemático e geométrico da perspectiva, esse contato se deu fora das Universidades, no que então se chamou de Academias. Essas Academias guardavam um caráter autônomo e corporativo em relação às Universidades da época, funcionando como uma espécie de anti-congregação na qual os intelectuais marginalizados pelo sistema profissionalizante de ensino podiam se refugiar.

Como movimento social de apoio, as Academias tiveram a proteção da ascendente burguesia italiana, circunstancialmente interessada na utilidade política da natureza contestatória das verdades que a ciência em si encerra. Este apoio, porém, só durou até a ascensão desta burguesia ao poder, quando a sua preocupação passou a ser a manutenção da ordem e da estabilidade sociais, entrando as Academias italianas em processo de declínio a partir da segunda metade do século XVIII.

É neste contexto histórico que surge Galileu Galilei (1564-1642), pai da ciência experimental moderna. Para Aristóteles, a Terra era o centro do universo. Os movimentos dos planetas eram explicados através de modelo com mais de 40 esferas de vidro que giravam concatenadas entre si. Este modelo foi contestado e alterado por Galileu com a Teoria Heliocêntrica. Através da observação, Galileu identificou que o movimento das luas de Júpiter não podiam ser explicados a partir de esferas posto que as luas circundavam Júpiter, para o que as esferas de Júpiter e das luas teriam que ocupar o mesmo espaço no mesmo tempo, o que é impossível. A ciência torna-se então experimental e suas afirmações devem ser empiricamente comprovadas.

A atividade científica entra então em declínio na Itália, com sua próxima sequência na França, Inglaterra e Alemanha.

Ricardo Guedes – Ph.D. pela Universidade de Chicago – CEO da Sensus

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Redação

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