Terras Raras do Brasil
- junho 1, 2024
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O Brasil pode dar um salto enorme na construção de sua soberania, ao explorar com coerência, ciência e pesquisa as suas reservas de Terras Raras.
O Brasil pode dar um salto enorme na construção de sua soberania, ao explorar com coerência, ciência e pesquisa as suas reservas de Terras Raras.
Redação
São Paulo, 01/06/2024
3,1 Minutos.
Nosso país já é referência na extração de ouro e minério de ferro. Outros dois minerais muito importantes para o desenvolvimento da indústria, como lítio e o nióbio já estão sendo extraídos e minerados, atraindo empresas especializadas e investimentos. Entretanto, as terras raras a serem exploradas em toda a sua potencialidade trarão ainda mais desenvolvimento econômico para o país.
De acordo com os Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), com uma jazida de terras raras estimada em 21 milhões de toneladas, o país tem potencial para se tornar um dos cinco maiores produtores globais de nos próximos anos. Portanto, uma enorme riqueza mineral capaz de gerar receitas de dezenas de bilhões de dólares.
As Terras raras são essenciais na fabricação de tecnologias avançadas, como eletrônicos, energia limpa, veículos elétricos e aplicações médicas.
Ao lado da Rússia, contamos em nossas reservas de terras raras com uns 22 milhões de toneladas. China (44 milhões de toneladas) e Vietnã (22 milhões de toneladas) são os dois maiores produtores e detentores delas. No entanto, a extração brasileira é muito limitada, proveniente de algumas reservas de monazita em uma unidade no interior do estado do Rio de Janeiro e desativada há alguns anos.
O Ministério de Minas e Energia (MME) do governo atual está desenvolvendo estratégias importantes para o setor. Com algumas entidades privadas e instituições de pesquisa ligadas a Universidade, pretende-se uma nova política para avaliar o potencial produtivo, as características socioeconômicas e proteção ambiental dos projetos de mineração.
Com isso busca-se assegurar uma atividade mais segura, sustentável que gere desenvolvimento social e empregos, além de aumentar a competitividade do Brasil. e suas defesas contra interesses escusos externos e internos.
Entretanto, jamais deveremos esquecer dos crimes ecológicos provocados em Mariana, Brumadinho, da mineração ilegal na Amazônia, da destruição das florestas e faunas do Pantanal, Mata Atlântica, Cerrado e outros focos menores, isolados, mas, consequentemente danosos a toda forma de vida, nas cidades, estados, no país e no planeta.
O óxido de neodímio, por exemplo, uma das terras raras mais valiosas, pode alcançar US$ 75.000, já o minério de ferro vale próximo de US$ 120 a tonelada. É fácil perceber a enorme diferença de preços no mercado internacional.
Entretanto, uma legítima preocupação se apresenta: não podemos continuar apenas como fornecedores da matéria-prima – commodities. A Universidade brasileira e seus centros de pesquisa avançados precisam de investimentos para reforçar a capacidade crítica do país e desenvolvimento e inovação.
Porém, a viabilidade de extração e mineração das terras raras e seus minérios supervaliosos estão em estudos, já há alguns anos nas cidades e em projetos de Araxá-MG, Morro do Ferro-MG, Serra Verde-GO, Pitinga-AM, Foxfire-BA e Energy Fuels-BA. O projeto em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais, está em fase avançada e deve entrar em operação em 2026.
Vítor Saback, secretário nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, , fez uma visita recente ao Projeto Caldeira da Meteoric Resources na cidade de Poços de Caldas – MG, para onde serão destinados R$ 1,5 bilhão de investimentos nos próximos três anos.
Na região mineira, são 51 processos minerários que devem gerar 500 empregos diretos e 1,5 mil indiretos a partir do início das operações.
Ouro e ferro são dois minérios explorados há séculos no Brasil, principalmente nos diz a historia em Minas Gerais. Entretanto, o estado tem avançado na mineração de outras substâncias fundamentais, o que coloca o Brasil em posição de destaque na economia internacional.
Por exemplo, já mineramos lítio e o nióbio. Com investimento se pesquisas em novos minerais das terras raras traremos mais desenvolvimento econômico e social, com geração de emprego e renda para a população”, afirmou o atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Inácio Cavalcante Melo Neto é o diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Ele e Saback destacaram a necessidade de fomentar a extração de mais minerais estratégicos como uma prioridade do MME, para além do lítio, ferro, ouro e nióbio.
Ambos concordam e enfatizam a importância das terras raras na produção de energia limpa e renovável, atraindo a atenção especial das equipes técnicas.
“O Projeto Caldeira é promissor, assim como muitos outros em estudo no país. Em alguns anos, podemos estar entre os três maiores produtores de terras raras do mundo, reduzindo a dependência internacional desse minério”, afirmou Saback.
Além do potencial das terras raras, o Brasil já é um grande exportador de minério de ferro. Em 2022, o país faturou cerca de US$ 41 bilhões com a exportação desse minério, segundo dados do Ministério da Economia.
A perspectiva é desenvolver mais uma estrutura de cadeia produtiva no país, além do agronegócio. Portanto, explorar terras raras no Brasil pode se tornar um grande pilar econômico tão significativo quanto a soja, milho, açúcar e outros vegetais comestíveis.
Desta forma, com receitas na casa dos bilhões de dólares anuais o país pode se posicionar em breve, como líder global na produção de minerais essenciais para tecnologias
emergentes e sustentáveis e melhorar muito a vida de todos os brasileiros.