Dizem que a NASA é uma instituição nazista. Talvez por isso, e pela imensa riqueza que seus laboratórios espaciais produzem, graças a pesquisadores e cientistas do mundo todo trabalhando em equipes, Trump não a provoca. Mas, Harvard produz boa parte de todo o conhecimento que circula nos EUA e no mundo. A razão de seus ataques à Universidade é, portanto, bem outra.

Grazielle Ueno

Curitiba, PR – 06/06/20245
3.4 Minutos.

O sonho de estudar no exterior, especialmente nos Estados Unidos, faz parte dos planos de milhares de jovens ao redor do mundo. Com cerca de 1 milhão de intercambistas recebidos anualmente, o país lidera o ranking global de destinos para quem busca experiências acadêmicas, culturais e profissionais fora de sua nação de origem.

Este número representa cerca de 15% de todo o fluxo mundial de estudantes internacionais. Sinal claro da força que o país exerce no cenário educacional global.

Contudo, decisões políticas recentes, colocam esse cenário em xeque. Desde suspensão de processos para novos vistos de estudante até a interrupção dos agendamentos de entrevistas em embaixadas e consulados. O governo americano, sob uma ótica de restrição, emitiu orientações determinando a não concessão de vistos para estudantes e participantes de programas de intercâmbio. Independentemente do nível de ensino, até que novas diretrizes sejam divulgadas.

Essa decisão afeta não apenas jovens que planejam seus estudos, mas também instituições renomadas como a Universidade de Harvard. No entanto, a instituição, recentemente, precisou recorrer à justiça para barrar temporariamente estas medidas. Pois, estas proíbem a permanência de estudantes estrangeiros em seu campus. Além disso, a análise rigorosa das redes sociais dos solicitantes de visto passou a fazer parte do processo, acendendo um alerta sobre privacidade, liberdade individual e até discriminação*.

[N.E.: Redes sociais e gigantes como X, Linkedin, Google, Faceboox, Microsoft, Apple são todas ligadas ao establishment, a Casa Branca, CIA, o Pentágono, NSA e outras agências...]

As justificativas podem estar pautadas em discursos de segurança nacional, proteção ao mercado interno ou controle migratório. [Puro truque de mídia…]

Entretanto, é impossível ignorar o impacto negativo dessa política restritiva. A educação sempre foi uma ponte entre nações, uma via poderosa para a diplomacia, a inovação, a troca de conhecimento e o desenvolvimento global.

Restringir o acesso de estudantes estrangeiros, além de tudo gera prejuízos econômicos. Sabe-se que o setor educacional movimenta bilhões de dólares na economia americana. Portanto, a atitude de Trump enfraquece a imagem dos Estados Unidos como referência em diversidade, acolhimento e excelência acadêmica.

Instituições de ensino, que historicamente se beneficiaram da pluralidade cultural e intelectual trazida pelos intercambistas, agora se veem diante de uma barreira que, a médio e longo prazo, pode comprometer sua competitividade e relevância.

De salvador a detrator da civilização

Mais do que afetar indivíduos, essas medidas trazem questionamentos sobre qual modelo de sociedade está sendo defendido. A globalização, entretanto, apesar de suas críticas, mostrou que conexões internacionais são essenciais para enfrentar desafios comuns. Tais como mudanças climáticas, pandemias e promover avanços científicos.

Isolar-se do fluxo global de talentos e ideias é caminhar na contramão desse entendimento.

Em resumo, em um mundo onde a cooperação e o diálogo são fundamentais, restringir o acesso à educação e ao intercâmbio cultural não representa apenas uma decisão política. É, de fato, uma escolha que impacta diretamente o futuro da ciência, da inovação e das relações internacionais. Que essa pausa forçada sirva não como um retrocesso. Que seja um momento de reflexão sobre a importância de derrubar muros e construir pontes — especialmente no campo do conhecimento.

Grazielle Ueno – Professora Coordenadora no Uninter. Dra. em Tecnologia e Sociedade.
Ms. em Turismo e especialista em Educação e em Meio Ambiente.