De uma tradição natalina à folia de Momo: as origens do Carnaval. Os fatos documentados, as comidas típicas do carnaval. O que ele representou e representa para os afrodescendentes, não só no Brasil, mas em todas as Américas. Você se veste, se organiza e se arruma todo, e vai pra festa, sai pra pular mesmo sem saber por que?

Sandra Mian

Quebeq – 23/02 de 2022.

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O Carnaval é uma dos grandes rituais celebratórios anuais que mais gera dúvidas quanto às suas origens. Hoje, vendo um desfile de Carnaval no Sambódromo do Rio de Janeiro ou um trio elétrico no Nordeste, é muito difícil não pensar que o Carnaval é uma festa de origens tipicamente pagãs. Mas, na verdade, é exatamente o contrário!

Houve um tempo em que o Carnaval não começava 40 dias antes da Páscoa, mas começava justamente no período entre o Natal, Ano Novo e Epifania, cujas origens são sim ritos pagãos, mas que foram devidamente assimiladas pela Igreja Católica.

O Carnaval como ele hoje se apresenta teve suas origens nas ‘Festas dos Loucos’ e nos “Senhores da Bagunça” medievais. A “Festa dos Loucos” era na verdade um tipo de missa católica, quando se apresentava um mundo ao revés, de ponta-cabeça, e que começava com uma frase do famosíssimo canto MAGNIFICAT: “Exaltou os humildes, encheu de bens os famintos, despediu vazios os ricos.” Os Franciscanos eram os que mais celebravam a Fête des Fous, a Festa dos Loucos, principalmente na França.

Nesse webinar-live vamos entender as origens do Carnaval, suas relações com o Natal, Ano Novo e Epifania e as transformações que a festa teve com o passar do tempo. Principalmente, vamos entender como nas Américas o Carnaval ganhou muito em importância com os afrodescendentes, ao ponto do Carnaval do Rio se tornar a maior festa popular do mundo.

E, claro, como não poderia deixar de ser, vamos falar das comidas e bebidas típicas do Carnaval. Infelizmente, no Brasil não se marca o Carnaval com pratos típicos da época, mas mundo afora há inúmeras receitas feitas tanto em nível doméstico, quanto comercial ou industrial para celebrar essa grande festa tão pagã, mas ao mesmo tempo tão religiosa.

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Sandra Mian –  Antropóloga – Profª. Universidade Puebla – México City