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Bullying e Violência Escolar

Quem estudou em mais de três escolas públicas a partir dos anos 1967, como foi o caso deste redator, sabe que a violência entre a molecada era uma constante. Não havia um dia sequer, desde os anos primários, em escolas públicas municipais e estaduais de São Paulo, em que pelo menos uma briga não acontecesse. Em sala de aula, no pátio, durante o ‘recreio’, na rua fora dos muros escolares. A molecada se atracava, e, às vezes dava em sangue. Mas, nunca ouvimos falar de mortes decorrentes destas brigas assustadoras. Sequer de ataques brutais aos professores.  O que mudou, desde então? (N.E.) 

Carla Lyra Jubilut

São Paulo, 26/04/2023

2 Minutos.

Recentemente, os episódios de ataques e agressividade em colégios vêm alertando a urgência em se debater sobre bullying e violência na comunidade escolar. É considerado bullying qualquer perseguição, agressão e/ou violência, seja física, verbal ou psicológica, realizada com frequência. Casos pontuais, ou seja, que foram realizados apenas uma vez, apesar de graves, não são classificados como bullying por não apresentarem uma recorrência.

No final de março, um relatório da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo – não oficial) cujo site oficial surge com uma impossibilidade-restrição de acesso, apontou:  48% dos estudantes e 19% dos professores das escolas públicas do Estado de São Paulo afirmam ter sofrido algum tipo de violência. Eis, sem dúvidas, um número muito alto que reforça a necessidade de se tratar e combater as causas para que o ambiente escolar consiga inibir a prática.

Quando acontece uma situação de bullying na escola, é preciso reconhecer a raiz da situação. Por isso, aproximar as famílias dos envolvidos e dialogar com os alunos é fundamental. A ideia é contribuir para criar e reforçar um espaço aberto e acolhedor. Os estudantes se sentem confortáveis e protegidos ao buscarem ajuda. Surge,  por sua vez uma relação de confiança e acolhimento, fundamental para atender estudantes que precisam de um espaço de escuta atenta e ativa.

Entre todos: alunos, alunas, pais, professora(e)s, e gestões (pedagógicas e direção) – DESDE O COMEÇO.
Bullying e Violência Escolar
Desde os primeiros anos do ensino fundamental, as boas práticas de convivência devem ser estimuladas. (Img. Web)

Então, com a intenção de prevenir o bullying no ambiente escolar, é certo trazer o assunto e notícias relacionadas em todos os ciclos de ensino. Nos anos iniciais do Fundamental, por exemplo, pode-se debater sobre o que é. Porém, já nos anos finais, deve-se deixar que os estudantes acessem e debatam, em rodas, as notícias ligadas ao tema.

No Ensino Médio, a sugestão é estimular debates nas aulas e compartilhar com os adolescentes todas as consequências, tanto para quem causa, quanto para a vítima.  Assim, para além dos muros da escola, convidar e aproximar as famílias e os responsáveis por meio de debates e esclarecimento de situações também é válido. Vale lembrar que, para muitas pessoas, ainda é preciso ensinar o que é e como configura-se o bullying.

Portanto, se alguma prática for identificada dentro da escola, a conversa tem que ser aberta imediatamente às famílias dos envolvidos para que o gatilho e os motivos que levaram o estudante a tomar determinada atitude seja revelada e logo tratada. Há situações em que se pode consultar especialistas, se for preciso, para solucionar os casos mais complexos. A correção do agressor deve ser feita com educação. Desta forma, adotar medidas preventivas passam pela busca em manter um ambiente respeitoso, que começam por sua vez com a criação de uma cultura de comunicação não-violenta. O caminho para isso é ensinar sobre diversidade, respeito e principalmente ser uma comunidade escolar inclusiva.

Carla Lyra Jubilut Coordenadora Pedagógica – Arte Educadora

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Redação

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