A Insustentável Feiúra da Moda
Relatório do IEA expõe vulnerabilidades do setor têxtil e da moda brasileira no cenário mundial e aponta caminhos e soluções para explorar produção ecologicamente correta.
Redação
São Paulo, 06/05/1960.
2 Minutos
O IEA, lançou em Setembro de 2021 um caderno fruto de debates, apresentando pesquisas e conclusões feitas durante diversos encontros e discussões com representantes da indústria Têxtil e da Moda nacional, localizados em São Paulo, o II SUSTEXMODA.
Entre os convidados e presentes ao congresso intitulado Os Impactos da COVID-19 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Cadeia Têxtil e Indústria da Moda, estavam vários acadêmicos, pesquisadores e estudiosos do tema, empresários e instituições como a ONU no centro de um debate que durou 3 dias, e nos quais foram posto à mesa os aspectos da sustentabilidade (desenvolvimento social e econômico) no setor, alvo de inúmeras críticas pelo mundo afora.
A ideia de (re)colocar o Brasil no devido lugar do cenário e no mercado da produção têxtil faz enorme sentido, já que a atualidade do assunto localiza o país no centro de crise uma social e econômica há pelo menos uma década (já podemos considerá-la perdida?) e aponta para o problema da velocidade e evolução dos modelos industriais praticados pelos países mais ricos e concorrentes, dados cujos reflexos em números reais dos mercados interno e externo, e portanto, na cadeia produtiva e de trabalho nacionais, expondo os riscos estendidos para a questão ecológica, um dos focos no leque das ocupações necessárias definidas pelas ODS até 2030 e assinadas por mais de 160 países.
O Brasil é o quarto produtor e segundo exportador mundial de algodão. A produção brasileira de pluma (com forte concentração no Centro-Oeste e Nordeste do país) chegou ao recorde de 3 milhões de toneladas em 2019/20, apesar da pandemia, com previsão, na atual safra, de 2,44 milhões de toneladas. Mas, segundo a Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão) o país deverá produzir 2,71 milhões de toneladas de algodão em pluma na safra 2021/22, alta de 16,5% ante a temporada anterior impulsionada pela elevação na área de plantio da cultura.
A responsabilidade do Estado e governos com a utilização correta do solo lavrado, o uso racional e equilibrado dos recursos hidrominerais, a poluição indiscriminada gerada por resíduos sólidos e inseticidas, contaminando lençóis freáticos e, portanto, as implicações das práticas utilizadas para colocar no mercado produtos com valor agregado e ecologicamente corretos é enorme e o deixa no epicentro das disputas comerciais. São medidas mínimas que deverão ser adotadas necessariamente para diminuir o lixo poluente , garantir algum crescimento e manter a posição global. As dimensões políticas da atual gestão presidencial, contudo, pelos indicadores aplicáveis, não apontam nesta direção.
Dividido em 3 grupos de trabalho, os temas do Congresso foram abrangentes:
GT 1 – Meio Ambiente – Compreende pesquisas que destaquem os impactos e soluções sustentáveis relacionadas à pandemia causada pela doença Covid-19 e investigações relativas ao desenvolvimento sustentável de novos produtos e modelos de negócios, consumo, comércio, formação de preços, e-commerce, comércio exterior (importação, exportação), processos produtivos, prestação de serviços, acordos, transparência, inovação entre outros assuntos em sinergia com a área econômica.
GT 2 – Sociedade – Compreende pesquisas que destaquem os impactos e soluções sustentáveis relacionados à pandemia causada pela doença Covid-19 e investigações relativas às ONGs, cooperativas, coletivos, mão de obra, gêneros, necessidades, ensino, inclusão e exclusão social, cultura regionalizada e aculturação da sustentabilidade, políticas públicas, transparência, inovação com desenvolvimento sustentável de novos assuntos em sinergia com a sociedade.
GT 3 – Economia – Compreende pesquisas que destaquem os impactos e soluções sustentáveis relacionados à pandemia causada pela doença Covid-19 e investigações relativas ao desenvolvimento sustentável de novos produtos, resíduos sólidos, efluentes, resíduos gasosos, insalubridade, certificações, regulamentações políticas, públicas, transparência, inovação entre outros assuntos em sinergia com o meio ambiente.
Para ler o relatório final (PDF) de 47 páginas – clique aqui.
