Abelhas Solitárias um Papel no Planeta

Quando pensamos em abelhas, naturalmente nos vem na mente abelhinhas trabalhando em equipe e vivendo em harmonia em suas colônias, correto?

Gleycon Silva

Poços de Caldas, MG – 14/05 de 2021.

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Mas o que muitos não sabem é que a maioria das espécies de abelhas que existem no mundo vivem de forma solitária! Além disso, há também as espécies de abelhas que são parasitas. Sim, isso mesmo, elas parasitam (roubam) os recursos disponíveis em outras colônias, algumas até expulsam as abelhas de suas casas e a habitam até que todos os recursos tenham chegado ao fim.

Portanto, as abelhas se dividem em três grupos, as abelhas sociais, as abelhas solitárias e as abelhas parasitas. As abelhas sociais se dividem em castas (rainha, operárias e zangão) e vivem de forma harmônica em suas colônias, cada uma desempenha suas tarefas para que a colônia prospere. As abelhas solitárias como o próprio nome diz, vivem sozinhas e por conta própria. As abelhas parasitas vivem dos recursos que outras espécies de abelhas coletam e em alguns casos chegam a roubar e habitar ninhos de outras espécies de abelhas.

As abelhas pertencem ao filo dos artrópodes (animais com pés articulados), e mais especificamente elas pertencem à classe dos insetos, sendo classificadas dentro da ordem dos Himenópteros. As abelhas estão dentro da Superfamília Apoidea e existem aproximadamente mais de 20 mil espécies em todo o planeta e a ocorrência de abelhas se dá praticamente em todo o globo terrestre, exceto na Antártida.

No mais em praticamente todos os habitats da Terra, onde existam plantas com flores, teremos o registro de alguma espécie de abelha que realiza a polinização.

Conforme dito inicialmente, a grande maioria (cerca de 85%) das espécies de abelhas descritas são solitárias. Estas abelhas podem ser totalmente solitárias, com somente uma abelha, a mãe, sendo responsável por cuidar dos ovos e realizar todas as tarefas do ninho, e existem abelhas de hábitos sociais primitivos, havendo alguma cooperação nas tarefas do ninho, porém sem um sistema rígido de divisão da sociedade em castas.

Sozinhas e capazes

Nas abelhas totalmente solitárias, uma única fêmea constrói seu ninho sozinha: após o cruzamento com o macho, ela coleta os materiais de construção do seu ninho, faz a célula de cria, coleta o alimento (pólen, néctar ou óleos florais), depositando-os na célula de cria, bota seus ovos, e fecha as células, e acabam abandonando seus ninhos em seguida.

Neste caso, as mães morrem antes do amadurecimento e nascimento de suas crias, não havendo contato entre mães e a sua cria, ou seja, não há uma sobreposição de gerações.

Ao nascer, as novas abelhas já saem do ninho adultas, prontas para coletar os recursos para construir seus próprios ninhos. Algumas espécies de abelhas solitárias podem construir seus ninhos agregados: vários ninhos da mesma espécie são construídos no mesmo local, mas cada ninho tem a sua “dona”, que cuida sozinha de seu ninho (algo semelhante aos condomínios e prédios que nós humanos construímos).

As abelhas solitárias costumam fazer seus ninhos no solo, barranco, bambus ou tocos de árvores, muitas vezes utilizando até troncos já caídos na mata ou árvores mortas. Assim como as abelhas que conhecemos que vivem em colônias, a vida e permanência das abelhas solitárias é crucial para nosso planeta. Há espécies de plantas no mundo que são polinizadas especifica e exclusivamente por abelhas solitárias, e o sumiço dessas abelhas podem colocar todo nosso sistema de produção de alimento em situação crítica, assim como colocar em risco o desaparecimento de milhares de espécies de plantas nativas ao redor do mundo.

É de grande relevância compreendermos os sistemas e quais as interações ecológicas que ocorrem ao nosso redor, pois, o fato de não vermos uma colônia de abelha, não significa que não há abelhas por perto. A perda de habitat e o uso de agrotóxicos tem colocado em risco inúmeras espécies de animais e vegetais. A Educação Ambiental é uma importante ferramenta para que mais conhecimento sobre a biodiversidade de nosso planeta chegue a mais pessoas com a realização de projetos e programas de preservação e conservação de nosso meio ambiente.

Lembremos sempre que as abelhas são cruciais para a vida e manutenção da mesma em nosso planeta, afinal, sem abelhas não teremos polinização, e sem polinização não teremos alimentos primários. Em poucos anos todo planeta entraria em colapso!

Gleycon Silva – Gestor Ambiental e Mestre em Ciências Ambientais pela UNIFAL