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Brasil Potência ‘Climáticambiental’ Inativa

O pesquisador da USP e professor da FGV e da UNB, Eduardo Viola, palestrante do Foro Inteligência afirmou que o Brasil é uma potência ambiental e climática subdesenvolvida.

Redação

São Paulo, 12/11 de 2021.

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“Apesar de ter um gigantesco sumidouro de carbono na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal; a maior biodiversidade mundial; a terceira maior reserva de água doce do mundo; e a segunda maior produção mundial de biocombustível, salvo o ciclo virtuoso de 2005 a 2008, o país não consegue realizar seu papel de agente transformador nessas áreas.”

Ao participar do painel “O Brasil e a agenda ambiental: potência, pária ou ameaça internacional?“, o pesquisador e professor da USP e FGV destacou que as políticas climáticas federais estão em estagnação ou retrocesso no Brasil desde 2015, situação que foi agravada ao extremo a partir de 2019. “A redução da imagem extremamente negativa do Brasil de Bolsonaro é muito difícil.

O mundo verá como positivas as últimas medidas anunciadas, de adesão às declarações sobre desmatamento; de diminuição em 30% das emissões de metano até 2030 e do aumento da meta de redução de emissões no mesmo período, de 43% para 50%. Mas, o decisivo mesmo será a implementação dessas medidas, mas o mundo continua cético a respeito da postura do Governo”, afirmou.

Viola destacou que o Brasil vem sofrendo pressões, particularmente da União Europeia, desde 2019 e dos Estados Unidos (no governo Biden), no sentido de tomar medidas efetivas para combater o forte desmatamento da Amazônia. “Apesar de essa pressão ter gerado, nos últimos meses, uma mudança na retórica do governo, não houve correspondência com ações efetivas. Nós já tivemos um período de extraordinário avanço no controle do desmatamento entre 2005 e 2012, com custos mínimos, ou seja, sabemos como fazer. Trata-se de ter um presidente que tenha alta sensibilidade para essa questão, o que pode ocorrer a partir de 2023, através de uma política similar à daquele período”, explicou.

O blá blá blá pra inglês ouvir
O vice presidente Gal. Mourão pediu dinheiro para cuidar da floresta.  Mas, e as garantias, soldado? (Img. Internet)

Para ele, o Brasil tem um “enorme dever de casa” pela frente, para reverter o estrago dos últimos anos. Entre os principais pontos estão a eliminação do desmatamento ilegal na Amazônia e no Cerrado; a promoção da bioeconomia (economia da floresta em pé); o estabelecimento de um sistema de pagamentos ambientais para as populações que vivem na floresta; o aumento das áreas protegidas na Amazônia e também da presença de funcionários em campo; o incremento da presença dos poderes federais na Amazônia.

Na área energética, Viola citou também como fundamentais a conclusão do processo de transição da Petrobras, de uma empresa de petróleo para uma empresa de energia; a ampliação da presença de energia eólica e solar na matriz elétrica.

Por fim, o professor destacou que o Brasil precisa também envidar esforços para a promoção da agropecuária de baixo carbono; a melhoria na exploração das ferrovias; o aumento do número de funcionários das agências ambientais; a aceleração da nova lei de saneamento básico e, finalmente, para a promoção de uma política de cooperação entre os países amazônicos na proteção da floresta e de combate aos ilícitos.

Em eventos anteriores, o Foro Inteligência contou com a participação de Octavio de Lazari Jr., presidente do Bradesco; Rubens Ricupero, diplomada e ex-Ministro; Conrado Hubner, professor de Direito na USP; e Jacqueline Muniz, cientista política e professora da DSP/UFF; em encontros que trataram, respectivamente, sobre os desafios dos grandes bancos, a diplomacia da vacina, a politização nas Supremas Cortes e controle da ação policial em democracias. Esses e outros encontros podem ser assistidos em nossa página de vídeos do Facebook.

O Foro Inteligência: Reúne o BRICS Policy Center e a Insight Comunicação, com o apoio do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio e da Casa de Afonso Arinos. O Foro mantém um canal aberto com países como China, Rússia, Índia e África do Sul. A ideia é apresentar palestras, cursos e seminários abordando problemas brasileiros não convencionais e que tangenciam as nações do bloco.

 

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Redação

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