Competências Socioemocionais Aqui e Agora

As instituições escolares têm papel fundamental para ajudar no desenvolvimento das competências socioemocionais, principalmente por meio do estímulo à realização de projetos, baseados em situações reais.

Redação

São Paulo, 10/02 de 2022.

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Levantamento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) feito em âmbito global sobre as habilidades socioemocionais com estudantes de 10 e 15 anos sobre comportamentos, atitudes e preferências apontou que adolescentes de 15 anos se acham menos criativos, curiosos, persistentes e responsáveis do que as crianças de 10 anos.

Divulgada no final de 2021, a pesquisa foi realizada com a aplicação de questionários entres os estudantes para verificar como eles se enxergavam, considerando um conjunto de habilidades socioemocionais, passando por responsabilidade, curiosidade, persistência, resistência ao estresse, cooperação, tolerância, sociabilidade, autocontrole, criatividade, entre outras. Depois, a OCDE entrevistou pais e professores desses estudantes para checar se a autopercepção dos entrevistados correspondia à forma como eram vistos pelos adultos, algo que, de fato, ocorreu.

“A principal conclusão da OCDE foi que há queda nas habilidades sociais à medida que as crianças crescem. Apesar de o Brasil não ter sido incluído na amostragem, a discussão é válida por aqui também, pois o levantamento faz um alerta para a importância das habilidades socioemocionais desde a infância, o que significa que, quando o jovem chega ao mercado de trabalho, ele é exigido para além das competências técnicas, sendo necessário o desenvolvimento de múltiplas habilidades”, afirma Daniel Garcia Correa, diretor acadêmico do Centro Universitário Senac.

A maioria das competências e habilidades socioemocionais(leia em https://aescolalegal.com.br  Educação – revista impressa – nº 1 – Phillipe Perrenoud) começam a ser desenvolvidas desde cedo, principalmente em casa, a partir do convívio com a família e nos primeiros anos da escola. Mas elas seguem em desenvolvimento durante toda a vida, na formação profissional e na trajetória acadêmica.

Nesse contexto, cresce a importância do olhar mais atento à formação integradora, que consiste no desenvolvimento de pessoas, por meio de ações educacionais que estimulem o exercício da cidadania e a atuação profissional transformadora e empreendedora, de forma a contribuir para o bem-estar da sociedade.

Papel esse atribuído às instituições educacionais, à família, ao Estado e à sociedade, de modo mais abrangente.

Em termos práticos, a graduação do Centro Universitário Senac tem um papel essencial nesse processo, principalmente por conta do estímulo à realização de projetos, baseados em situações reais, pelas vivências práticas e pela adoção de propostas pedagógicas mais dinâmicas e flexíveis, que estimulam a autonomia e o protagonismo dos estudantes.

Mercado de trabalho

As habilidades socioemocionais mencionadas também estão sendo consideradas pelo mercado, de modo que as empresas estão buscando profissionais que tenham inteligência emocional, capacidade empreendedora, resiliência e que saibam trabalhar em equipe. O profissional do presente — que dirá do futuro — precisa olhar para o futuro, incorporando a ideia da educação continuada e a importância das experiências de vida.

Para Daniel Garcia Correa, a faculdade não deve se restringir à transmissão de conteúdo, mas deve criar oportunidades de vivência tanto para os alunos, como para os professores. No Centro Universitário Senac, por exemplo, há cursos de graduação totalmente baseados em projetos nos quais o aluno traça a sua trajetória, assumindo protagonismo.

Um dos exemplos de programas que trabalham o protagonismo do aluno e a aprendizagem pela vivência é o Desafio Senac: Alunos no Comando, prática profissional que desenvolve competências de gestão e de liderança, habilidades como empatia, trabalho em equipe, gestão de conflitos, resolução de problemas, criatividade, flexibilidade e atitude empreendedora. Os alunos vivenciam uma jornada de aprendizagem, compondo a equipe para fazer a gestão e a operação durante um fim de semana em um dos hotéis-escola Senac, Grande Hotel São Pedro e Campos do Jordão.

“Para as instituições de educação, atuar no desenvolvimento das competências socioemocionais é uma oportunidade de contribuir para a expansão das capacidades humanas e para a formação de pessoas mais preparadas para promoverem transformações pessoais, mudanças nas organizações e na sociedade como um todo”, finaliza o diretor.