Dólar 6 Eleições Presidenciais em 26
- dezembro 26, 2024
- 0
Por que o Dólar sobe? Qual a explicação razoável que os economistas de plantão não conseguem oferecer, a não ser em teoria?
Por que o Dólar sobe? Qual a explicação razoável que os economistas de plantão não conseguem oferecer, a não ser em teoria?
Belo Horizonte, MG – 26/12/2024
2 Minutos.
O aumento do dólar gera inflação a médio prazo, e diminuição do PIB em dólares correntes. Ambos os indicadores são danosos à economia e à política, transformando a viabilidade eleitoral de Lula e do PT nas próximas Eleições Presidenciais significativamente mais difíceis.
São dois os fatores preponderantes.
Em primeiro lugar, o aumento do dólar gera inflação cambial. Isso se deve ao aumento nos preços dos insumos agrícolas e de componentes de tecnologia nas importações brasileiras do agronegócio e da indústria brasileira. Ou seja, os aparentes ganhos em emprego e renda de hoje serão perdidos amanhã.
Dólar a 6 e Eleições Presidenciais em 26
Com Bolsonaro, o dólar variou de R$ 3,87 no final de 2018 para R$ 5,22 no final de 2022. Devido à desvalorização cambial, todo o esforço que resultou em crescimento em moeda nacional foi basicamente “zerado” em dólares correntes. O PIB em US$ 1,95 trilhão em 2018 e US$ 1,97 trilhão em 2022. Com Lula, em 2023, o país cresceu 2,9% em moeda nacional, com o dólar variando de R$ 5,22 no final de 2022 para R$ 4,84 no final de 2023, com valorização cambial de 7,6%.
Assim, o PIB do Brasil em dólares correntes chegou a US$ 2,17 trilhões em 2023. Com o Boletim Focus estimando em 3,49% o crescimento em moeda nacional neste ano, e o dólar a R$ 6,00, em desvalorização cambial de cerca de 24%, o PIB do Brasil em dólares correntes poderá fechar perto de US$ 1,7 trilhão em 2024. Juntamente com a possibilidade de desequilíbrio fiscal, e a migração de dólares para os Estados Unidos na expectativa de Trump, o quadro torna-se negativo para a nossa economia e governo.
Em segundo lugar, existe uma forte correlação entre o PIB e as Eleições Presidenciais no Brasil. De 1993 a 1994, o PIB aumentou de US$ 0,3 trilhões para US$ 0,5 trilhões, com FHC sendo eleito em 1994. O PIB chega a US$ 0,9 trilhões em 1998, com a reeleição de FHC. Com as crises cambiais de 1998 e 1999, o PIB caiu de US$ 0,9 trilhões em 2008 para US$ 0,5 trilhões em 2002, com a eleição de Lula em 2002.*
Dólar a 6 e Eleições Presidenciais em 26
O PIB cresceu para US$ 1,1 trilhões em 2006, com a reeleição de Lula. Novo aumento do PIB. Cresceu para US$ 2,2 trilhões em 2010, com a eleição de Dilma. O PIB chega a US$ 2,6 trilhões em 2011, caindo para US$ 2,4 trilhões em 2013, com a reeleição de Dilma por pequena margem em relação à Aécio. Dilma sofre impeachment em 2015, com o PIB caindo para US$ 1,8 trilhão. Com Temer, o PIB chega a US$ 1,9 trilhão em 2018. Bolsonaro é eleito como candidato de 3ª via em 2018, sem crescimento do PIB de 2018 a 2022, sendo Lula eleito para o terceiro mandato.
PIB de 2023 chega a R$ 10 trilhões
As últimas pesquisas de dezembro do Datafolha e da Quaest mostram a aprovação do governo Lula hoje em 35% e 33%, respectivamente, índices muito baixos para se garantir a reeleição. Com a ilegibilidade de Bolsonaro e baixos índices de aprovação de Lula, o futuro eleitoral do país torna-se incerto.
Enquanto a economia no mundo cresce, o Brasil patina em seu destino. Triste sina para um país que tanto mais poderia ser.
Ricardo Guedes – Ph.D. pela Universidade de Chicago