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Modelo Francês de Ciência

Ricardo Guedes criou uma sequência de textos explicativos sobre como funcionam os modelos europeus de Ciências, implantados desde e desenvolvidos a partir do iluminismo em países como Itália, Inglaterra, França e Alemanha. São dados importantes da história de Ciência moderna para ajudar a entender o que pode ser melhor adequado e adaptado para países cientificamente abandonados, como o nosso em um processo educacional.

Ricardo Guedes

Belo Horizonte, 09/08/2022

1 Minuto

A ciência experimental nasceu na Itália dos séculos XV e XVI com apoio da burguesia italiana ascendente, interessada na utilidade política da queda de dogmas, com declínio da atividade científica no século XVIII após a institucionalização da burguesia. Na Inglaterra, a ciência se desenvolveu nos séculos XVI e XVII a partir das ideias Baconianas de progresso e da Reforma Protestante, com a diferenciação do papel social do cientista incorporado nas universidades, na ação racional da busca da verdade, como valor na sociedade.

Já na França do século XVIII, o apoio à atividade científica resultou da expectativa claramente tecnológica do Governo Francês com relação a seus resultados. Incialmente, a ciência desenvolve-se na Academia de Paris, cujos cientistas, mantidos pelo Governo, tinham a função de resolver os problemas que os Ministros lhes trouxessem. A atividade científica, entretanto, não se caracterizava como sendo a base social de legitimação da Academia, assim como dos Institutos posteriormente criados.

Modelo Francês de Ciência
Instituto Pasteur – Marco histórico na Ciência mundial (Img Web)

Mas o apoio da elite francesa na formação de pessoal para o futuro desenvolvimento tecnológico possibilitou o estabelecimento, ao longo do tempo, da diferenciação entre as funções do tecnólogo e do cientista no âmbito interno das instituições de trabalho.

Após a Revolução Francesa em 1789, a ciência continuou a ser apoiada na esperança de que dela se pudesse inferir o que a elite francesa considerava ser uma ordem social progressista e pragmática. A partir de 1830, a atividade científica entrou em relativo declínio nos Institutos de Pesquisa ao ser vista como ineficaz para a reordenação tecnológica e pragmática da sociedade.

Em 1896, a reforma educacional instituiu um sistema de ensino caracteristicamente profissionalizante, sendo a ciência incorporada não como uma atividade, mas como cultura científica à grade curricular, dentro de uma concepção utilitária da ciência.

Os cientistas franceses se notabilizaram na ciência experimental adequada a fins tecnológicos, como Lavoisier (1743-1794), considerado o pai da Química moderna, o primeiro a observar o oxigênio como fonte de combustão, formulando o princípio nas equações químicas de que “na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”; Charles Augustin de Coulomb (1736-1806), sobe as cargas elétricas; Carnot (1796-1832), com as bases da Termodinâmica moderna; Marie Curie (1867-1934), com a descoberta da radioatividade.

Na Inglaterra, na França, e na Alemanha, o desenvolvimento da atividade científica teve contornos diferentes.

Ricardo Guedes – PhD – UChicago – CEO da Sensus

[N.E.: A fim de atrair mulheres para as Ciências a revista AEscolaLegal indica o filme Radioactive A revista também recomenda uma visita ao site do IEA da USP ].

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP

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