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Mulheres 30% Reclamam de Sobrecarga

Pesquisa Keaerney revela que uns 30% das mulheres deixar empregos por conta da sobrecarga do trabalho remoto imposto pela pandemia. Haja resiliência!

Redação

São Paulo, 27/02 de 2021.

1 Minuto

O estudo da consultoria indica que novo modelo leva a dificuldades de evolução profissional e pode resultar em retrocesso na luta pela igualdade de gêneros no ambiente de trabalho.

 A Kearney, uma das maiores consultorias globais de gestão estratégica do mundo, acaba de divulgar um estudo indicando que 30% das mulheres podem deixar seus empregos devido ao estresse gerado pelo trabalho remoto.

Há muitos anos, empresas em diferentes indústrias têm dedicado investimentos e esforços para avançar na pauta da equidade de gênero. Avançaram a passos não muito largos, mas essenciais no sentido de estruturar ambientes de trabalho menos desequilibrados em todos os níveis. No entanto, o avanço da Covid-19 e a mudança para o modelo de home-office pode jogar todo o progresso por água abaixo.

Isso é o que mostra um recente estudo realizado pela consultoria. “Infelizmente, a percepção inicial de que o home-office seria o catalisador que as empresas precisavam para adotar modelos flexíveis de trabalho não se tornou realidade”, avalia o gerente sênior de Recursos Humanos da Kearney Brasil. De fato, a análise da empresa indica que as mulheres que mudaram para o chamado WFH (Work From Home ou homeoffice) relatam dificuldades para gerenciar a carga de trabalho, acesso reduzido a líderes influentes e a oportunidades de evolução na carreira, além de uma redução na sensação de bem-estar e da saúde mental.


Barreiras criadas pelo trabalho remoto

Preocupada com o impacto da WFH na igualdade de gênero no local de trabalho, Kearney conduziu uma pesquisa com mais de 1.000 mulheres em todos os setores, níveis de emprego e locais de trabalho para entender como a mudança na WFH as afeta.

O estudo ouviu 1.000 mulheres entre 25 e 45 anos de idade, com carreiras consolidadas, mas ainda com grande potencial de crescimento. Cerca de 30% delas mudaram para o modelo de home-office desde o início da pandemia de COVID-19. Outras 20% já trabalhavam principalmente de casa e 50% continuaram a trabalhar no escritório ou em outro local de trabalho.

Através do estudo, a Kearney tentou entender como barreiras comuns para o avanço na carreira, incluindo acesso a oportunidades, orientação, carga de trabalho, flexibilidade de cronograma e bem-estar pessoal, foram afetadas pela mudança para o trabalho remoto.

As mulheres que passaram a trabalhar de casa por conta da Covid-19 afirmam que todas as barreiras profissionais se tornaram mais severas desde que elas deixaram o escritório, no início de 2020. Na comparação com aquelas que continuaram no escritório, as mulheres trabalhando remotamente relataram que as barreiras estão três vezes mais severas. Em particular, a carga de trabalho, acesso a importantes oportunidades de desenvolvimento, motivação pessoal e bem-estar representam os maiores obstáculos.

O estudo aponta que a incapacidade de manter a motivação pessoal e a saúde mental são, de longe, os principais desafios enfrentados pelas mulheres desde o início da pandemia. E é particularmente exacerbado entre as profissionais que agora trabalham de suas casas. Segundo o levantamento, esse declínio na sensação de bem-estar é desencadeado por três fatores.

Em primeiro lugar, pela falta de flexibilidade de horário – entre aquelas que estão trabalhando remotamente, 70% relataram não ter tido nenhuma mudança nesse sentido ou até redução na flexibilidade dos cronogramas.

Em segundo lugar aparece a dificuldade de lidar com a carga de trabalho. Apesar de apenas 5% terem afirmado que aumentaram a carga de trabalho em mais de três horas diárias, 42% das mulheres em home-office reportam dificuldades em gerenciar o volume de trabalho.

Finalmente, as mulheres afirmam que o acesso a oportunidades de desenvolvimento e evolução profissional caíram significativamente desde que passaram a trabalhar de casa. “No escritório, os colaboradores têm muito mais acesso aos líderes, colegas e às interações informais que levam a importantes oportunidades”. Entre as respostas das entrevistadas, aparecem afirmações como “o acesso a executivos-chave é muito menor atualmente” ou “Precisamos melhor comunicação e coaching da liderança”.


Como reter as mulheres

Os especialistas da Kearney afirmam que é importante entender que o home-office não é sinônimo de flexibilidade, especialmente para as mulheres. “As empresas que reconhecerem a diferença entre as duas coisas e incorporarem políticas de trabalho de fato mais flexíveis às suas operações terão vantagem competitiva no sentido de reter os talentos femininos”.

No curto prazo, a Kearney sugere que as companhias:
• Busquem meios de ajustar o fluxo de trabalho e ajudar os colaboradores a estabelecerem limites;
• Considerem políticas de RH flexíveis, que ofereçam alívio no curto prazo, quando necessário;
• Estimulem os líderes a se conectarem regular e individualmente com seus empregados.

No longo prazo, as sugestões incluem:
• Tornar o trabalho verdadeiramente flexível, e não apenas remoto;
• Endereçar temas de flexibilidade tanto em relação ao local de trabalho quanto ao cronograma;
• Mudar o foco do gerenciamento, avaliando mais os resultados da dedicação de seus colaboradores do que controlando as atividades diárias

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP