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Mulheres nas Eleições de 2022

O tempo em que as elites brancas e endinheiradas do país decidiam isoladamente os destinos da nação e da sociedade está no fim. Democracia participativa é o  método direto desejável para promover as mudanças necessárias.

Michelle Menezes

Rio de Janeiro, 30/01 de 2022.

1 Minuto

O recente encontro de mulheres promovido pela ex-Senadora Marta Suplicy, em sua casa em São Paulo, tinha como objetivo a elaboração de uma Carta à Nação com as reivindicações femininas para estimular o debate sobre o assunto nas campanhas à Presidência da República.

Temas sensíveis às mulheres foram discutidos nesse encontro, e teve a negativa da ministra do STF Carmem Lúcia, presente no evento, em assinar a carta que tinha entre outras pautas, a questão do aborto, tema esse que deve ser analisado com muito critério e tranquilidade, e como alegou a ministra: “Isso aí causa muita polêmica“.

As participantes do encontro, cerca de 30 mulheres com relevância e liderança em suas respectivas profissões, então resolveram  elaborar uma carta mais “cautelosa” e sem tantas polêmicas.

É nesse ponto que as coisas sempre  “desandam” quando são debatidos os Direitos das Mulheres.  Um encontro como esse promovido por Marta Suplicy é louvável, mas não é suficiente, porque não atinge a representatividade da mulher brasileira.

Precisamos ouvir mulheres do dia-a-dia, as donas de casa, as mães solo, mulheres jovens, mulheres idosas, trabalhadoras, mulheres do interior, mulheres da cidade grande, dentre tantas outras representações femininas que temos na imensidão deste país.

Deixar o debate feminino restrito à discussão de mulheres ricas, poderosas e da “intelligentsia” em seus ambientes elegantes, não reflete a dura realidade da mulher brasileira.  O debate deve ser bem mais amplo!

Segundo o TSE ( Tribunal Superior Eleitoral) as mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro, isso quer dizer que somos nós quem decidimos a escolha dos nossos governantes e legisladores.

Por que então as mulheres são minoria nas Câmaras de vereadores, Assembleias legislativas, Câmara dos deputados, Senado Federal, Governos estaduais e Prefeituras?

Essa falta de representatividade política e o desinteresse da mulher brasileira, por temas que são extremamente importantes para sua vida, fica refletido na ausência de políticas públicas eficazes para combater à violência contra a mulher, o preconceito e a falta de oportunidades no mercado de trabalho.

A mulher brasileira precisa ser ouvida em seus anseios como Cidadã, que luta diariamente pelo bem estar próprio e o de sua família. É necessário que sejam promovidos  debates sobre a importância do papel da mulher na política e na sociedade brasileira.

Precisamos mais do que nunca auxiliar na formação do pensamento crítico, político e apartidário das mulheres, desde de meninas, para que possam lutar com consciência por uma sociedade mais justa e com iguais oportunidades para Todas as mulheres brasileiras.

Mulheres são a maioria do eleitorado brasileiro, portanto é chegada a hora de nossas vozes serem ouvidas, e que anseios,  pautas e as reivindicações sejam atendidas.

 

Michelle Meneses – Advogada/Cientista Política/Escritora/Articulista da Tribuna da Imprensa Livre/Professora de Direito

 

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Redação

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