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Mulheres Vida e Ciências

O Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março para divulgar e fortalecer as ações pela igualdade de direitos às mulheres.

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São Paulo, 23/02/2023

2,5 Minutos.

Fruto direto dos movimentos sociais feministas na luta contra todas as formas de opressão sofridas pelas mulheres, pela igualdade de gêneros e inserção delas em diferentes áreas de atuação. O Museu Histórico do Instituto Butantan (MHIB) reconhece esta importância. Trabalhadoras na instituição, no passado e nos dias atuais, contribuem muito com o desenvolvimento da ciência e promovem melhorias na Saúde Pública do país, para todos, para as mulheres. Com o objetivo de divulgar a atuação das mulheres na ciência e na saúde pública e homenagear o trabalho das atuais colaboradoras do Instituto Butantan (IBu), o MHIB renova o significado e a importância das Mulheres nesta data.”

O país é predominantemente machista. É uma composição histórico-cultural. As pessoas que vieram para cá desde a colonização portuguesa trouxeram o espírito do desbravamento. Estava muito ruim lá onde viviam. Decidiram mudar. Para isso tiveram de pagar. Quem tinha pagava, quem não, assumia uma dívida. “Pago quando puder”. Sempre pagavam, de uma forma ou de outra. Divida, em duas ou três vezes. Mais vidas. Os cobradores são eternos. Nós e eles, não há espaço para gracinhas, e juros sempre acrescem.

Lutar para conquistar uma vida melhor do que aquela anterior. O modelo que lhes fora proposto e apresentado era a tradução da expansão colonialista nas Américas. Fora desenhado, arquitetado na corte, entre reis, duques, ministros, sifcofantas e intrujões interesseiros. Malditos. Mulheres também, claro. Quase sempre nas cadeiras atrás, muitas vezes atrás das cortinas. Outras sentadas no trono. Migrantes e enviados irão desbravar, crescer, sobreviver, conquistar, ganhar dinheiro, enriquecer, fiscalizar, policiar, pagar impostos e dívidas, e talvez, alcançada a glória, voltar para o país de origem como prova de seu valor.

Dívidas administráveis

A quem? Religioso, sociocultural, antropológico, básico. Ciência comum aos povos em todo o planeta, ainda que nem todos lhes tenham dados nomes, ou anotado em papel/papiro os resultados de suas incursões no terreno fecundo da inteligência, da razão, e muito da sensibilidade – memórias da humanidade. Laboratório. Heróis, mitos e exemplos a serem seguidos.

Matilhas e manadas.

A civilização não alcançou todos. A cultura bem que tentou, mas aquela foi projetada para dar a estes uma possibilidade de sobrevivência. Lá, fora destes muros faz frio e o lobo come. Crianças, idosos, mulheres e homens, indistintamente se lançaram na busca da tal felicidade. Para amenizar cantavam canções de alhures, anônimas, alegres, tristes, educativas, passavam informações e todos tinham a chance de aprender algo. Uns a quebrar pedras e a construir casas, outros a cortar lenha e construir barcos, outros a trocar pedras por madeira. Ciência. Catar ervas e fazer remédios. Criar cabras, bois, galinhas, curtir couro e fazer roupas, omeletes de queijo. Cerveja, cachaça…

Mulheres Vida e Ciências
Mulheres na luta, Ciências e sensibilidade. (Img. AEL)

Colocar uma cerca para proteger a sua criação e sua casa; fazer contas capazes de convencer os outros de que uma cabra valia dez galinhas, ou 50 ovos. Cabras por pedras, bois por madeira. Inventaram a roda.

Cavaram buracos, forjaram o ferro, desenvolveram armas. Recursos, exploração, conhecimentos, exames, análises, aprendizado, transmissão: Ciência. Aqui tem ouro! E mulheres. Os contratualistas bem que tentaram organizar o movimento.

A força física se sobrepondo como direito natural. Aqueles capazes de organizar todo este conhecimento e o transformarem em sabedoria prosperaram. Foram além, cruzaram mares, invadiram novas terras, implantaram regras e leis.

A Justiça ganhou interpretações baseadas em convicções, os grupos sociais fecharam-se em clubes, instituições e passaram a competir, dominar, exercer poder e influência, exigir uma cadeira na sala do rei, dos duques e ministros. Aqui também há ciência e mais ouro!

Almanaques

No meio de tudo isso estavam elas. Sem esmorecer. Antes de inventarem o mês de março, de aprenderem a contar até dez, procriando, trazendo à luz os rebentos dos machos dominantes, com mais força física, mais poder, mais pedras, mais cabras e armas. Populando, copulando (que é pular em duplas – os romanos impulsionaram os blocos de carnaval) e ocupando espaços, na proporção direta da escassez de recursos. Cada vez mais. Tanto que reis, duques e sicofantas decidiram conquistar novas terras e enviarem os excessos e interessados em missões expansionistas. Para bem longe… “E se virem. Paguem seus impostos e se virem.” Uma certa liberdade. Insegurança e responsabilidades.

De lá pra cá é história. No mínimo deve-se às mulheres 50% desta viagem. Às que ficaram em casa cuidando dos filhotes, caçando, colhendo, tecendo o tempo a espera dos homens voltarem de suas aventuras, com ouro e sangue nas mãos. Neste meio tempo ensinavam os filhos e filhas a se comportarem tal e qual. O que comer, o que vestir, o que evitar, como viver. Educação. Algumas, contudo, quebraram as regras. Desentendidos , os ignorantes deixaram as conclusões para o destino ou para o livre arbítrio. Nada mais humano. Estar vivo sempre pareceu mais importante, e algumas mulheres são tão ruins quanto alguns homens!

 

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP

2 thoughts on “Mulheres Vida e Ciências

  • Ahmad Ibn Sanz

    Saravá, shalom, al salam alekun, fala aí! Beleza. Gostei mesmo! Vc é o cara…

Fechado para comentários.