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O Ensino do Futuro

O ensino do futuro tem que estar atrelado aos dilemas do que há por vir, contemplando as bases do passado.
O Ensino do Futuro
Ricardo Guedes

Tive a oportunidade, pelo mais belo acaso, de ser aluno do Colégio Estadual Central de Minas Gerais, em Belo Horizonte, na década de 60.

O Colégio Estadual de Minas Gerais, originalmente fundado em 1854 em Ouro Preto, foi refundado, em sua versão moderna com nova sede, em 1956 por Juscelino Kubitschek, então Governador de Minas Gerais. Um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer.

Juscelino, visionário, criou a Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte, quando Prefeito. Fundou Brasília, quando Presidente do Brasil e na sequência a substituição de importações, com a industrialização da economia brasileira. Inaugurou a classe média de nosso país, em seu apogeu de hoje.

Com José Guerra, na direção do Colégio Estadual, foi implementado um ensino que supria as necessidades futuras do saber e da profissionalização. No Clássico, a cultura humanista francesa, aqui simbolizado no Prof. Etienne Filho, brindando a nossa cidade com conhecimento e caminhos inéditos, na expansão do ser.

No Científico, a eficiência do novo ensino Norte Americano nas ciências naturais, aqui simbolizado no Prof. Gilberto Sotto Mayor, pelo sem precedentes até aquele momento. Juntou-se a lógica à cultura, no engrandecimento da urgente Minas Gerais, que tanto destes ingredientes precisava.

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Daí, decorreram projetos culturais, empresariais, artísticos e desportivos. Da interação, livre, entre as áreas, em contraposição ao ensino então autocrático e conservador da época, fundaram-se as bases de uma nova Minas Gerais. Ali se formaram expoentes de nossa sociedade, estadual e nacional, que não numero aqui. Certamente, faltaria à lista inumerável de hoje os nomes de cidadãos que hoje formam a nossa sociedade, aos quais tanto prezo e admiro. Assim, são empresários, professores, profissionais, intelectuais e artistas, estão ao bem inserir e servir às sociedades mineira e do Brasil.

As épocas mudam, e o ensino deve mudar. Hoje, estamos experimentando três transições no mundo: a energética, a ecológica, e a informacional. O que outrora foi, meritoriamente, a amplitude do Clássico e a especialização do Científico, em uma época de procura e do saber especializado, na expansão do mercado, cede hoje à integração das áreas, no foco das dificuldades que hão de vir.

A crise ecológica é o condicionante. O especialista de hoje tem que ser integrado em mais de uma área, interdisciplinar, para a tentativa de solução dos inéditos problemas que se iniciam. Os grupos técnicos e acadêmicos, institucionalizados, relacionados à energia, ecologia, e computação, de inserção nacional e internacional. Portanto, formam o núcleo para a edição e reformulação do ensino básico e universitário, no país e mundial, em uma época de transição, no conturbado futuro do amanhã.

Que tudo corra bem.

Ricardo Guedes foi aluno do C. E. Central de Minas Gerais.
Formado em Física pela UFRJ – Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago

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Redação

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