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O Silêncio faz Bem

Poetas dizem que o silêncio é o instante grávido de sons. E agora os médicos afirmam que além disso, ele faz bem para o nosso corpo. Nem precisa avisar. Os níveis de estresse acumulados em uma cidade grande afetam a saúde de todos. Ar poluído, trânsito intenso, ruídos acima dos 65 decibéis constantemente, durante horas, de dia e às vezes entrando pela noite/madrugada, milhares de luzes acesas e piscando – nenhuma destas situações isoladas fazem bem. Todas juntas de uma só vez então… Mas, tem quem goste! Médicos, engenheiros de som/acústica, políticos e educadores deveria se unir em campanhas de Educação e políticas públicas a fim de mitigar estes problemas.

Redação

São Paulo, 01/06/2023

2,8 Minutos.

Médico alerta sobre exposição frequente e excessiva a barulhos nas grandes cidades. Segundo especialista, a poluição sonora juntamente com alguns hábitos ruins, como o uso prolongado de fones de ouvido, podem sim levar uma pessoa à surdez permanente, e a problemas graves de saúde. 

Há nos grandes centros urbanos um tipo de poluição que não vemos, não sentimos o cheiro, mas ouvimos e que pode trazer sérios problemas a nossa saúde. Uma estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que 10% da população do mundo está exposta constantemente a níveis de pressão sonora que podem provocar perda de audição, sendo que 30% desses casos estão associados aos ruídos das cidades.

Para combater o problema e chamar a atenção das pessoas para o cuidado com a saúde auditiva, a OMS instituiu o dia 7 de maio (em outros países pode ser 09 ou 14/04) como a data internacional para o combate à poluição sonora, chamada de Dia do Silêncio.

De acordo com o otorrinolaringologista Guilherme Horbilon de Castro da cidade de Goiânia-GO, a poluição sonora não é prejudicial apenas aos ouvidos. “O tolerável é uma exposição a um limite de 85 a 90 decibéis, acima disso já prejudica à audição, e problemas que se não tratados podem sim levar à surdez”, informa o médico.

“A exposição frequente a ruídos em um volume considerável aumenta o estresse, o que gera irritabilidade, afeta a saúde mental e cardiovascular”, explica o especialista. Ele ainda acrescenta que dentre os sintomas mais comuns causados pela exposição, por longos períodos do dia, a sons muito altos está a perda do poder de concentração.

Abaixe seu som

Segundo o especialista, o excesso de barulho de forma aguda, próximidade ao nível da explosão de fogos de artifício, por exemplo, ou tiro de arma de fogo, pode atingir nossos ouvidos. Chega ao ponto de gerar uma perfuração timpânica. Estas, ror sua vez podem acarretar em dor no ouvido, zumbido e perda da audição abrupta, temporária ou permanente.

No dia a dia agitado e barulhento das grandes cidades parece ser impossível fugir dessa poluição sonora que nos rodeia. Mas algumas dicas são importantes e fazem toda a diferença. “Evite ambientes muito ruidosos, principalmente quando não se consegue ouvir a própria voz e das pessoas próximas. Se trabalha num ambiente de barulho constante superior a 85 decibéis deve usar um protetor auricular adequado. Peça orientação ao médico do trabalho da empresa. Outra é: fuja dos aparelhos de som e TVs num volume muito alto”, indica.

O Silêncio faz Bem
Respeito a si mesmo exercita o devido a todos. (Img. Web)

Um vício típico dos tempos modernos, o uso prolongado de fones de ouvido é outro hábito que precisa ser evitado,  esclarece.

“Fones de ouvido o dia inteiro, por semanas a fio, pode sim levar a uma perda auditiva. Um indivíduo exposto a um som com intensidade de 92 decibéis por mais de 30 minutos diários, terá risco alto de dano permanente no sistema auditivo”, alerta.

Controle a exposição e o volume

“O uso de fone de ouvido, no trabalho ou recreativo, é recomendável até no máximo 60% do volume máximo.

É muito importante ter um período de descanso sem o fone de ouvido a cada 2 horas”, orienta o especialista.

Outra dica é quanto ao modelo de fone, os que têm a concha externa, isolam o som externo e favorecem a escuta em menores volumes. Assim, são melhores nesse aspecto que os modelos intra-auriculares.

Além dos cuidados diretos com os ouvidos, o médico destaca ainda outros problemas de saúde, que se não forem tratados podem também afetar a acuidade auditiva. “Estudos revelam que os pequenos vasos sanguíneos que irrigam a cóclea (órgão do sistema auditivo) sofrem danos a partir da hipertensão arterial, do diabetes e do tabagismo”, .

O poder do silêncio

Questionado sobre os benefícios do silêncio, o médico diz que o silêncio é necessário para proporcionar momentos de descanso para os ouvidos e a mente. Ele explica que a ausência de barulho é uma das melhores maneiras de evitar a fadiga auditiva. Por isso, a exposição a um barulho muito alto por um hora ou mais gera a sensação de ouvido tampado, zumbidos e dor de cabeça. “Isso pode ser percebido, por exemplo, após o indivíduo sair de um show em que ele estava muito próximo das caixas de som”, explica Guilherme.

O médico relata ainda que a vida em grandes cidades expõe os cidadãos a estímulos sonoros de diversas intensidades a todo momento. Por isso, a redução do estímulo sonoro em um ambiente silencioso pode facilitar a conexão com a própria consciência, além de reduzir a carga de estresse proveniente dos estímulos externos. “A meditação em silêncio, para algumas pessoas, pode ser um artifício de auto-ajuda e saúde mental muito eficiente”, diz.

 

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Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP