Privação do sono e estresse: relações recíprocas
“…a perda total e prolongada de sono pode levar à morte….”
Redação
São Paulo, 21/04 de 2020.
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O sono é altamente conservado ao longo da evolução, sugerindo funções biológicas vitais que ainda precisam ser totalmente compreendidas. Animais e humanos que sofrem restrição parcial do sono geralmente exibem respostas fisiológicas prejudiciais; a perda total e prolongada de sono pode levar à morte.
A perturbação da sonofomostase geralmente é acompanhada por um aumento da atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), levando a um aumento nos níveis circulantes de hormônios do estresse (por exemplo, cortisol em humanos, corticosterona em roedores).
Esses hormônios seguem um padrão de liberação circadiana sob condições não perturbadas e participam na regulação do sono. A investigação das consequências da privação do sono, de alterações moleculares a alterações comportamentais, tem sido utilizada para estudar as funções fundamentais do sono.
No entanto, a relação recíproca entre o sono e a atividade do eixo HPA é problemática ao se investigar o sono usando protocolos tradicionais de privação de sono que podem induzir o estresse. Isso é especialmente verdadeiro em estudos que usam roedores nos quais a privação do sono é alcançada por estímulos sensório-motores exógenos e potencialmente estressantes que, sem dúvida, podem confundir suas conclusões. Isso explica a afirmação de há efetiva ligação entre privação do sono e estresse: relações recíprocas
Embora sejam necessárias mais pesquisas para explorar os mecanismos subjacentes ao sono e à saúde, evitar o estresse como fator de confusão nos estudos de privação de sono é, portanto, crucial.
Esta revisão examina as evidências das ligações intracelulares entre sono e estresse no contexto da privação experimental do sono e propõe uma estrutura de pesquisa mais sofisticada para procedimentos de privação do sono que poderiam se beneficiar do progresso recente em ferramentas biotecnológicas para neuromodulação precisa, como quimiogenética e optogenética, bem como como algoritmos automatizados aprimorados de pontuação do sono em tempo real.
O que é o sono?
O sono em mamíferos, conforme definido por suas características comportamentais e fisiológicas, inclui dois estados de atividade global distintos: sono de movimento rápido dos olhos (REM) e sono não REM (NREM).
Esses dois estados são tipicamente caracterizados por medidas eletrofisiológicas, incluindo eletroencefalografia (EEG) e eletromiografia (EMG), além de eletrooculografia em humanos.
O sono NREM, que é dividido em quatro subestações de profundidade crescente em humanos, é caracterizado por oscilações de EEG de alta amplitude e baixa frequência e por uma quietude comportamental com um tônus muscular relaxado.
Além dos movimentos oculares típicos, o sono REM (ou sono paradoxal) é caracterizado por oscilação de EEG de baixa amplitude e alta frequência em associação com atonia muscular. NREM e REMsleep alternam em ciclos, com o sono NREM precedendo os episódios de sono REM.
No cérebro dos mamíferos, o ciclo sono-vigília é orquestrado por uma complexa rede de populações neuronais discretas que induzem sono ou vigília por meio de efeitos promotores ou supressores. No entanto, alguns aspectos da homeostase do sono são diferentes entre humanos e roedores.
O sono humano é monofásico e geralmente consiste em um único bloco de três a cinco ciclos de estágios do sono, geralmente acontecendo durante a noite. Apesar das variações na duração diária do sono e do tempo padrão de vigilância em roedores de laboratório, o sono nesses animais é geralmente polifásico, com episódios repetidos de sono ao longo do ciclo claro-escuro de 24 horas .
Além disso, roedores de laboratório comumente usados são noturnos e dormem preponderantemente durante o período de luz …
*MN, 0000-0001-8139-626X; WW, 0000-0003-4743-0334; NPF, 0000-0003-4874-4212
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