RecentesSociedade

Sobre Reis e Ralé

Esta é uma parte de um artigo escrito pelo professor de História britânica Sean Gabb,  sobre a coroação do novo Rei do Reino Unido, Charles III, após a morte da mãe, Elisabeth II. Na íntegra, que se lê no link ao final, a crítica revela a Inglaterra dividida (não exatamente ao meio) entre os que apoiam e gostam da Monarquia e a defendem com diversos argumentos, do romantismo arcaico ao comercial, de um lado, e os que a reprovam também com base em considerações menos triviais. Tudo com jeito de saudosismo colonialista vitoriano, o artigo revela o termo liberdade defendido como apenas um eufemismo. (N.E.)

Sean Gabb

Londres, 10/05/2023

2,4 Minutos.

Original: I am not old enough to remember the Queen’s Coronation in 1953. But I know people who do remember it, and I have read enough about it. That coronation was attended by much hot air in the media about national renewal and the beginning of a second Elizabethan age. In fact, it occurred fourteen years into a national collapse that it was becoming impossible to hide.

The leading power outside the Soviet sphere of influence was the United States. The Empire was falling apart. The British State was heavily in debt, and the post-War economic recovery was running out of steam – creeping inflation, loss of competitiveness, poor industrial relations, and all the rest.

Even so, Britain was easily the leading second class power. We were still the only power of note in much of the world. We were dominant in various critical industries. Our people were well-educated and industrious and broadly united and happy.

We were more than reasonably free. Our future was open. If our long imperial adventure was coming to an end, it was inconceivable that we would not remain at the front in terms of scientific and technological development. Indeed, assuming a speedy end to the Cold War, and an American return to isolation, we could look forward to a stabilised position as the centre of a vast trading and military alliance, with British bases by 2000 on the Moon and Mars.

The 1953 Coronation was a reminder of a glorious past and a statement of belief in a no less glorious future.

Sobre Reis e Ralé
Um filme antigo e persistente do período “romântico”. (Img. Web)
Tradução livre/adaptada:

Não tenho idade suficiente para me lembrar da coroação da rainha em 1953. Mas, conheço pessoas que se lembram e também li o suficiente sobre isso.

Essa coroação foi acompanhada de muita pressão na mídia sobre a renovação nacional e o início de uma segunda era elisabetana.

Na verdade, ocorreu catorze anos depois de um colapso nacional que estava se tornando impossível esconder.

A principal potência fora da esfera de influência soviética eram os Estados Unidos. O Império britânico estava desmoronando. O Estado britânico estava fortemente endividado e a recuperação econômica do pós-guerra estava perdendo força – inflação crescente, perda de competitividade, más relações industriais e todo o resto.

Mesmo assim, a Grã-Bretanha era facilmente identificável como a principal potência de segunda classe. Ainda éramos o único poder de destaque em grande parte do mundo. Nós éramos dominantes em várias indústrias críticas. Nosso povo era bem-educado e trabalhador e amplamente unido e feliz.

Estávamos mais do que razoavelmente livres. Nosso futuro aberto. Se nossa longa aventura imperial chegava ao fim, era inconcebível que não permanecêssemos na vanguarda do desenvolvimento científico e tecnológico. De fato, assumindo um rápido fim da Guerra Fria e um retorno americano ao isolamento, poderíamos esperar uma posição estabilizada como o centro de uma vasta aliança comercial e militar, com bases britânicas na Lua e em Marte já nos anos 2000.

A coroação de 1953 foi um lembrete de um passado glorioso e uma declaração de crença em um futuro não menos glorioso.

Clique para ler mais.  

Sean Gabb – Escritor e Professor de História Britânica e Antiga na Un. de York – Inglaterra

[N.E.:
Embora se diga libertário, é conservador e imperialista. Até onde isso seja possível, ética e ideologicamente. Em teoria, poderíamos chamá-lo, filosoficamente, de cínico e crítico feroz.]

 

Compartilhar

Redação

ÆscolaLegal é um esforço coletivo de profissionais interessados em resgatar princípios básicos da Educação e traduzir informações sobre o universo multi e transdisciplinar que a envolve, com foco crescente em Educação 4.0 e além, Tecnologia/Inovação, Sustentabilidade, Ciências e Cultura Sistêmica. Publisher: Volmer Silva do Rêgo - MTb16640-85 SP - ABI 2264/SP