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Sustentabilidade: Qual a Missão do Brasil?

A agricultura brasileira pode contribuir com o mundo no enfrentamento das mudanças do clima.

Giuliane Bertaglia

São Paulo, 21/03 de 2021.

1 Minuto

No dia 16 de março, é celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, instituído pela Lei nº 12.533/2011, uma oportunidade relevante para promover o debate na sociedade sobre essa questão.

O objetivo central da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (“UNFCCC”, em inglês) e do Acordo de Paris, aprovado em 2015, é reunir ações de todos os países, a fim de limitar a concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, limitando o aumento de temperatura em no máximo 2°C e, na medida do possível, 1.5°C.

Em novembro de 2021, está prevista a 26ª Conferência das Partes da UNFCCC (COP-26), entre os dias 1 a 12 de novembro, na cidade de Glasgow, na Escócia. As negociações sobre detalhes relativos ao futuro mercado de carbono estão no centro dos debates, assim como vários outros assuntos, a exemplo da necessidade de fazer uma transição das fontes fósseis de energia para as renováveis, promover a agropecuária de baixo carbono e resiliente, da adaptação e do financiamento climático.

Em janeiro de 2021, foi realizada sob os auspícios do governo da França, com a participação do Secretário-Geral das Nações Unidas e do Presidente do Banco Mundial, a Cúpula ambiental “One Planet Virtual Summit”, onde as interfaces da agenda de mudanças do clima e de biodiversidade foram amplamente destacadas.

Campos, plantações e animais.

Nesse cenário, o Brasil deve adotar diversas ações no contexto de suas metas no Acordo de Paris. Acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia é um dos grandes desafios, assim como implementar o Código Florestal e recompor 12 milhões de hectares de florestas para usos múltiplos. Ainda, expandir a produção dos diferentes biocombustíveis, hoje estimulados no contexto do RenovaBio, incentivar o crescimento da energia eólica e fotovoltaica, bem como promover eficiência energética.

Ampliar a agropecuária de baixo carbono, com foco na recuperação de pastagens e na adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária e florestas (iLPF) são ações que devem ser implementadas como forma de promover o desenvolvimento do país que contribuem de forma significativa para a meta no Acordo de Paris.

Brasil e China de olho no futuro (clique)

A meta de 47% de redução de emissões até 2030 foi confirmada no final de 2020, e é preciso evoluir na definição das estratégias que o país deverá adotar para promover o desenvolvimento de baixa emissão de carbono.

O RenovaBio, como política que visa orientar e estimular a produção de diferentes biocombustíveis é um exemplo de estratégia que permite avançar em direção a descarbonização da economia.

Vale pontuar que o retorno dos Estados Unidos para o Acordo de Paris dá um novo ímpeto para os esforços dedicados à implementação as ações dos diversos países, visando à neutralidade em emissões, conforme compromissos já anunciados pela União Europeia e pela China.

Dessa forma, o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas é uma oportunidade para aprofundar não apenas os debates sobre o envolvimento do Brasil, das empresas, cidades e outros atores com o tema, mas também para refletir sobre o futuro que o desenvolvimento com baixa emissão de carbono pode trazer para ao país.

PARCERIA ENTRE BRASIL E CHINA PARA AGRICULTURA E SEGURANÇA ALIMENTAR É TEMA DE LIVRO

Agricultura brasileira tem publicação das universidades ESALQ/USP e China Agricultural University (CAU), sobre os setores agroalimentares e a cooperação entre os dois países.

O Brasil e a China assumiram protagonismo no comércio internacional, posicionados entre os quatro maiores produtores e exportadores mundiais da agropecuária e indústria de alimentos. China e Hong Kong formam o primeiro mercado importador agrícola do mundo e também são o principal mercado da exportação brasileira de produtos agrícolas e de alimentos, representando 34% desse total com o montante de US$ 33 bilhões anual.

A parceria entre os dois países também se vincula a uma reciprocidade entre a oferta da produção brasileira e a demanda do mercado chinês, que teve início na década de 1970 e caracterizou-se, por um lado, pela crescente industrialização e avanço tecnológico da China, com abertura para importações como soja, algodão e carne, e por outro lado, pelas inovações e incremento produtivo da chamada “revolução agrícola tropical” no Centro-Oeste e Cerrado brasileiros.

Os novos desafios de sustentabilidade, sanidade e segurança alimentar demandam que os dois países adotem um planejamento estratégico do comércio bilateral, com uma nova responsabilidade de cooperação em relação aos anos anteriores. Serão necessários mais investimentos em pesquisa e inovação para o incremento do comércio com segurança para a saúde humana e animal e conservação do meio ambiente.

Balbúrdia Universitária USP-ESALQ CAU

Como universidades que lideram em seus países a pesquisa em agricultura e alimentação, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP) e a China Agricultural University (CAU) publicam, como resultado do trabalho de colaboração durante um ano liderado por professores, o livro “China-Brazil – Partnership on Agriculture and Food Security”.

Artigo publicado em Agroicone

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Redação

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