Trabalhismo – Direitos na era digital
- fevereiro 20, 2025
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Sem direitos e garantias protetivas, o trabalhador digital, no atual capitaslimo especulativo - rentista e de serviços - está bandonado. Unam-se.
Sem direitos e garantias protetivas, o trabalhador digital, no atual capitaslimo especulativo - rentista e de serviços - está bandonado. Unam-se.
Campinas, São Paulo – 20/02/2025
2.3 Minutos
Embora a automação e a digitalização tenham alterado a natureza do trabalho, o sistema capitalista continua a depender de grandes massas de trabalhadores, tanto nos setores tradicionais quanto nos digitais. A gig economy (economia de “bicos”)* não eliminou o trabalho, mas o reconfigurou em formas mais precarizadas. Trabalhadores de plataformas (como Uber, iFood ou Rappi) constituem o novo proletariado, sem direitos trabalhistas e com insegurança econômica.
A tecnologia aumentou a fragmentação do trabalho (n.e. gerou hierarquias) e criou outras formas de exploração. Muitas atividades essenciais, como entrega de bens, codificação de algoritmos e moderação de conteúdo. São funções realizadas por trabalhadores em condições informais ou terceirizados. Em vez de abolir o proletariado, o trabalho digital reforçou desigualdades, descentralizou o emprego e aprofundou a dependência de mão de obra global barata.
A automação tem, de fato, eliminado postos de trabalho em setores como a indústria. Porém, não extinguiu a necessidade de trabalhadores em outras áreas, como serviços, tecnologia da informação e logística. A “revolução robótica” levou à reestruturação setorial e gerou ocupações com exigências de habilidades específicas. Contudo, sem substituir completamente o papel humano na economia.
Os trabalhadores digitais e invisibilizados desempenham um papel crucial na infraestrutura das grandes empresas de tecnologia. Inclui desde desenvolvedores de software até trabalhadores de moderação de dados, inclusive em países do Sul Global. Trabalhadores contratados para treinar inteligência artificial costumam ser mal remunerados e submetidos a condições extenuantes, mesmo sendo fundamentais para a tecnologia. Portanto, trata-se da emergência de um proletariado digital.
Fernando Nogueira da Costa – Drº. Profº. Titular do IE UNICAMP
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*N.E: – Gig economy – o artigo de referência (ilustrativo) da Harvard University é cheio de contradições ou lacunas propositais. Por exemplo: o termo utilizado “liberdade” não corresponde à realidade. O trabalhador individual que vende sua força de trabalho o faz em obediência a um contrato. Tem tempo, formato, valores e custos pré definidos. Todo o esfoço recai sobre si. Em uma empresa este esforço é dividido entre os funcionários. Funcionário é aquilo que funciona. Numa empresa uma pessoa doente funciona mal, e é substituída por outras que assumem sua função. Trabalhador é outra coisa. A noção de self made man é absolutamente exclusiva, e se é assim, então não é inclusiva. Ou seja, adoeça e perca seu trabalho, seu salário, seus ganhos. Arque com um plano de saúde, ou como a maoiria da população, dependa de serviços públicos. A quem você está relacionado? Ou depende que quem? As garantias…]