Trabalho Caseiro não Pago
- fevereiro 8, 2025
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Não há equidade, igualdade ou real proximidade entre trabalho e salários na relação Homem x Mulher no mercado, em casa, no mundo...
Não há equidade, igualdade ou real proximidade entre trabalho e salários na relação Homem x Mulher no mercado, em casa, no mundo...
Campinas, São Paulo – 08/02/2024
2.4 Minutos.
Gráfico 1 – acesse / Tabela 1 – acesse / Tabela 2 – acesse
A jornalista de Economia Lucianne Carneiro, mestre Mestre em Relações Internacionais pela University of Westminster traz na revista Valor no artigo de 29/01/25 um artigo bastante interessante. O texto pode e deve ser lido e entendido sob a ótica da economia, das políticas públicas, da sociologia e relações de trabalho. Ela diz: ” se contabilizado, o trabalho não pago de afazeres domésticos e cuidados com as pessoas representaria uma contribuição de 12% ao Produto Interno Bruto (PIB).
Se assim for, produz muito além, por exemplo, da Agropecuária, ou das Atividades Financeiras, ou das Atividades Imobiliárias. Compare no gráfico e tabelas acima. A conta é de estudo dos economistas e pesquisadores Isabela Duarte Kelly; Claudio Considera; e Hildete Pereira de Melo, e se refere a 2022, portanto, o último ano para o qual há informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As estatísticas se referem ao número de horas dedicadas a afazeres domésticos e a cuidados de menos capacitados por moradores de um domicílio – homens ou mulheres.
O trabalho, que atualiza artigo semelhante de Considera e Melo de 2010, busca dar maior visibilidade aos afazeres domésticos e aos cuidados. Embora sejam essenciais para a sociedade, não são valorizados por causa da falta de remuneração.
Trabalho Caseiro não Pago
Para calcular esse valor, a metodologia leva em conta o rendimento médio das trabalhadoras domésticas como proxy para o custo do trabalho de cuidados e afazeres domésticos realizados nas famílias. “O Brasil é um caso especial porque as mulheres aumentaram sua participação no mercado de trabalho. Entretanto, homens não avançaram no trabalho do lar”, afirma a economista Hildete Pereira de Melo.
Os números apontam, o trabalho invisível dos lares, afirma Isabela Kelly. Ou seja, trabalho que poderia ser remunerado e contribuir para a atividade econômica. “As mulheres estão em menor número na força de trabalho. Contudo, trabalham, em média, mais horas que os homens, se for somado o tempo gasto no trabalho remunerado e no que não é remunerado.” Desta forma, temos cargas duplas, triplas que representam enorme sacríficio.
Portanto, na soma do trabalho total (pago e não pago), as mulheres trabalharam, em média, 58,8 horas por semana em 2022, 5,3 horas a mais que 53,5 horas dos homens. “As mulheres são as principais cuidadoras dos filhos e dos pais. Elas vivem uma espécie de ‘pobreza de tempo’ que a política de cuidados poderia ajudar, dividir essa responsabilidade entre homens e mulheres”, afirma Kelly.
Assim, a conta certa teria de considerar o custo de oportunidade do homem trabalhador em termos de sua contribuição para o Orçamento Doméstico ou Familiar.
Fernando Nogueira da Costa – Dr.Profº Titular IE UNICAMP
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