Toda a última campanha que o elegeu, toda a sua gestão anterior foi construída com apelos, jogos emocionais, inverdades e ataques pessoais envolvidos com agressões e violência. Já vimos isso no passado, na Europa, lá pelos 1933, com apoio de “democratas” de ocasião.

Campinas, São Paulo – 07/11/2024
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Integrante do trio que ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 2024 , o professor Simon Johnson diz que o candidato eleito republicano e presidente dos Estados Unidos Donald Trump defende propostas populistas de direita. Usa o truque para capitalizar a insatisfação dos trabalhadores americanos. Portanto, os que ficaram às margens da onda de prosperidade criada pelas novas tecnologias digitais nas últimas quatro décadas.

[N.E.: 40 anos de pobreza e carência que tiveram um boom em 2018 com o crac da crise sub-prime – como disseram economistas nos plantões e disseminadores.]

“As políticas que ele propõe são populistas [de direita]”, afirma o professor do MIT Sloan School of Management, em entrevista ao jornal Valor. “Ou seja, coisas que parecem boas, mas que na verdade fazem mal e causariam ainda mais danos a essas pessoas.”

Assim, Trump também é uma ameaça às instituições democráticas, que, na sua opinião, são a base para garantir que as novas tecnologias criem ganhos para todos. “O enfraquecimento da democracia é o grande prejuízo que Trump trouxe para uma situação já crítica”, afirma.

Contudo, muitos considerem que a candidata democrata Kamala Harris também tenha propostas protecionistas. E o professor Johnson vê e aponta diferenças. “A proposta dela é investir mais em ciência e tecnologia, comercializar essas invenções e incentivar pessoas a criarem mais empresas em todo o país para desenvolver essas ideias.” [n.e.: o que só é possível com investimentos palpáveis e permanentes em Educação a partir da base.]

Mais do que argumento: fatos.

Johnson recebeu em outubro de 2024 o Nobel em Economia. Pesquisou as razões e porquê de alguns países se tornam ricos e outros não. Desta forma, ajudou a explicar como as instituições são formadas e afetam prosperidade. Com ele, também foram premiados os economistas Daron Acemoglu, do MIT e outros da Universidade de Chicago.

Daron Acemoglu e Johnson escreveram o livro “Poder e Progresso — Uma Luta de Mil Anos Entre a Tecnologia e a Prosperidade”, com ajuda de outros pensadores, publicado neste ano em português pelo selo Objetiva, da Companhia das Letras. Portanto, um trabalho de fôlego. , O argumento central: não há nada de automático que garanta que novas tecnologias vão gerar ganhos compartilhados por todos. Às vezes, sim, como nos Estados Unidos entre meados do século 19 e fins dos anos 1970. Outra vezes, não, como na economia americana dos últimos 40 anos.

Com isso, os autores mostram que os ganhos compartilhados dependem de escolhas econômicas, sociais e políticas, que serão fundamentais na nova fronteira tecnológica criada pela Inteligência Artificial. Essa mediação depende fundamentalmente das instituições democráticas — enfraquecidas por novas tecnologias, como as mídias sociais.

Fernando Nogueira da Costa – Dr. Profª. Titular IE UNICAMP

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